Longe do ideal, mas o melhor resultado em 10 anos, Blumenau registrou em 2015 o menor número de mortes no trânsito, com 29 vítimas fatais. As estatísticas do Seterb mostram que desde 2005, quando os dados começaram a ser computados, a cidade não tinha índices tão baixos. Em 2010, 61 pessoas perderam a vida nas ruas da cidade. O número registrado no ano passado é 52,4% inferior ao de cinco anos atrás, o mais violento da série.
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As mortes em acidentes envolvendo automóveis também foram menores. No ano passado cinco pessoas que estavam em carros perderam a vida, metade do número registrado no ano anterior. Também houve queda na morte de motociclistas: em 2014 foram 21 mortes, enquanto em 2015 foram computadas 15, seis a menos.
Apesar da diminuição de óbitos nas ruas de Blumenau, pelos dados da autarquia é possível perceber que os bairros com maior incidência de acidentes fatais ficam na região Norte da cidade. Juntos, Itoupava Norte, Itoupava Central, Fortaleza e Fidélis tiveram 13 óbitos, 45% do total. A Rua 2 de Setembro foi a mais violenta. No trecho de 3,2 quilômetros, que vai do número 919 ao 4.096, quatro pessoas perderam a vida.
> Confira mais número na arte abaixo (a reportagem segue após a imagem)
Em maio do ano passado o motociclista Amilton James Pering, 50 anos, morreu no cruzamento com a Rua 25 de Julho _ onde os ônibus transitam no corredor exclusivo no sentido contrário da via _ ao bater em um coletivo. É exatamente naquele ponto, perto do número 3.340, que o proprietário da revendedora de veículos X-Auto Multimarcas, Jair Pinheiro, vê acidentes praticamente todos os dias:
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– A rua é uma roleta-russa. As pessoas olham para um lado e não percebem que o ônibus vem do outro, principalmente quem não é da cidade – reforça, ao contar que trabalha no local há mais de duas décadas.
O forneiro de fundição Ari Ribeiro Leite foi testemunha de outro acidente fatal, ocorrido no número 919 daquela via, em janeiro de 2015. Ele lembra bem do dia em que logo após se despedir do colega Nestor Francelino da Silva, 77 anos, escutou um estrondo e ao voltar se deparou com o amigo no chão e o carro capotado metros mais longe. Silva não resistiu ao impacto e morreu quatro horas depois no hospital.
– Aqui já vi muitos acidentes, as pessoas não têm limites e andam em alta velocidade – reforça Leite, que trabalha no local há 18 anos.
Além de estar nas estatísticas daquele trecho, Nestor também é um dos sete pedestres que morreram no ano passado, único cenário que piorou no comparativo com ano anterior. Em 2014, seis pedestres perderam a vida nas ruas de Blumenau.
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A reportagem tentou entrar em contato com o Seterb para saber os motivos que levaram à redução do número de mortes no trânsito, mas até o fechamento desta edição não foi possível falar com o setor responsável.
> Confira no mapa o local das morte no trânsito de Blumenau em 2015