A madrugada de sábado para domingo foi de dezenas de ocorrências simultâneas de perturbação do sossego alheio em Blumenau, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. À 0h26min, 61 casos ao mesmo tempo de som alto eram registrados nas mais diferentes regiões da cidade. Um print do aplicativo PMSC Gestão (usado pelos policiais), feito pelo tenente Nícolas Vasconcelos Marques, expôs a situação: “mais um sábado normal”, escreveu.

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À reportagem do Santa, o comandante do 10º Batalhão de PM, o tenente-coronel Jefferson Schmidt, questiona a “falta de respeito” de parte da população não apenas com as medidas necessárias para evitar o avanço da Covid-19, mas também com outras pessoas.

— Se você vê no mapa, só tem esse padrão de ocorrência. Só tinha isso sendo atendido em Blumenau. Isso é um disparate, uma falta de respeito. Desrespeito não só com o que estamos vivendo, mas também ao próximo, ao vizinho. É uma gama muito grande de pessoas envolvidas em algo que nem poderia estar ocorrendo — desabafa Schmidt.

“Atrapalha demais”

O comandante da PM em Blumenau aponta que esse tipo de caso vai continuar ocorrendo enquanto ações mais duras não forem tomadas pelo poder público:

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— Por mais que estejamos falando muito, batendo na tecla sobre os cuidados com a Covid-19, não adianta: enquanto não for tomada alguma providência que possa dar uma solução com eficácia, com punição às pessoas, isso vai continuar ocorrendo. Esse tipo de ocorrência [de perturbação do sossego alheio] atrapalha demais. Poderíamos estar fazendo outras ações, como rondas, mas não… Estamos gastando recursos humanos e materiais com som alto.

Na avaliação de Schmidt, casos como o da madrugada deste sábado para domingo só vão diminuir quando Blumenau encontrar uma forma multar com eficácia os organizadores de eventos que perturbam o próximo. O comandante lembra que há uma legislação na cidade, a Lei do Psiu, que, na prática, não funciona. A sugestão do comandante é de que haja um eficiente sistema de cobrança, para que a punição doa no bolso.