Nos últimos seis anos, a rede pública de saúde fez 2 mil cirurgias de laqueadura e vasectomia em Blumenau. A procura pela esterilização feminina e masculina também cresce desde 2014 na cidade. Passou de 305 em 2014 para 379 em 2017 – alta de 24%. No ano passado, em apenas nove meses, a rede já havia ultrapassado a marca de 300 procedimentos.
Continua depois da publicidade
Os métodos contraceptivos fazem parte dos serviços oferecidos pelo SUS. Além dos preservativos e das pílulas anticoncepcionais distribuídos pela rede pública, que são as formas mais conhecidas da população, a rede pública também disponibiliza opções de longa duração, como DIU de cobre e injeções hormonais trimestrais, e os procedimentos definitivos, como vasectomia e laqueadura.
No início de janeiro, o governador Carlos Moisés (PSL) sancionou a primeira lei à frente do governo. A legislação determina que hospitais públicos que fazem laqueadura e vasectomia divulguem a oferta do serviço por meio de cartazes. A novidade chama a atenção para os serviços oferecidos gratuitamente, algo ainda desconhecido de muitas pessoas, e para a importância que eles podem ter no planejamento das famílias.
A ginecologista e obstetra do município, Martha Colvara Bachilli, afirma que atualmente a cidade tem uma rede bem estabelecida com um protocolo de planejamento familiar, o que pode ter relação com o aumento na procura por vasectomias e laqueaduras nos últimos anos.
– A cidade tem o protocolo específico funcionando desde 2014. Quando a gente organiza o serviço, tem uma rede de cuidado com um caminho a seguir, geralmente facilita o acesso para as pessoas – avalia Martha.
Continua depois da publicidade
Quando analisados os dados das cerca de 2 mil esterilizações feitas nos últimos anos em Blumenau, é possível identificar que metade dos pacientes tem de 30 a 39 anos. A maioria deles também tem entre dois e três filhos. A médica do município explica que, embora o público seja diversificado, é comum que seja nesta fase da vida que as pessoas procurem pela esterilização.
Diferenças entre métodos e espera
No caso da laqueadura, o procedimento significa a obstrução das tubas interinas, o que impede a fecundação. É feito por videolaparoscopia, com uma câmera introduzida em pequenos furos na região do abdômen. A fila de espera para a cirurgia, no entanto, pode levar de seis meses a um ano em Blumenau.
Já a vasectomia é considerada um processo mais simples. Consiste no corte cirúrgico de parte dos canais deferentes, o que impede que os espermatozoides façam parte do sêmen. É feita em ambulatório, com anestesia local. Não há fila de espera, mas o processo, desde a consulta até a marcação, leva cerca de 60 dias.
A vasectomia foi o método mais procurado nesses últimos seis anos, com 1,3 mil cirurgias.
As laqueaduras respondem por 671 casos, somados os de laqueadura tubária simples (337) e de laqueadura tubária feita em partos com cesariana (334). No entanto, Martha explica que no caso dos homens é mais comum que muitos desistam antes do procedimento, mesmo depois de cumprir os passos que antecedem a cirurgia.
Continua depois da publicidade
Para quem se interessa em buscar os métodos, o principal caminho é a equipe de enfermagem e médica do posto de saúde dos bairros.