Até o fim deste ano Blumenau pode ampliar em 10,3 quilômetros a malha cicloviária. Para isso é preciso que obras em andamento sejam concluídas dentro do prazo. Se tudo ocorrer conforme o planejado, a cidade chegará à marca de 107,5 quilômetros de faixas destinadas aos ciclistas. Isso significa ultrapassar a meta estipulada no Plano de Mobilidade Urbana para 2020, de 102,3 quilômetros. Atualmente, a malha cicloviária de Blumenau é de 97,2 quilômetros.
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Apesar do avanço, a previsão era mais otimista no início do ano. Segundo dados da Secretaria de Planejamento Urbano consultados pelo Santa, a expectativa era concluir cerca de 23,4 km de ciclovias, ciclofaixas e passeios compartilhados. O problema é que dois contratos, que compreendem seis obras, precisaram ser rescindidos pela prefeitura e exigiram nova licitação.
É o caso da readequação da Rua General Osório, que prevê 3,930 km de passeios compartilhados. A prefeitura diz que o descumprimento de algumas cláusulas contratuais, não informadas pelo município, levou à rescisão do contrato. A licitação para escolher a nova empresa que vai assumir os serviços foi feita, mas falta definir a empresa responsável pela supervisão da obra.
O projeto também passou por mudanças e inclui agora uma quarta faixa entre a Rua Joaquim Nabuco e a rotatória da Rua dos Caçadores, além de rotatórias nas proximidades do Clube Água Verde e na Rua Paranapanema. Com isso, a previsão de entrega passou para junho de 2020, com orçamento estimado em R$ 19,2 milhões.
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Na região Norte de Blumenau são outras cinco obras paradas (ver tabela). Elas tinham previsão de conclusão para o fim deste ano e estavam contratadas com a mesma empresa. A prefeitura diz que precisou romper o contrato por “problemas técnicos” enfrentados pela vencedora da licitação e também pela necessidade de readequar os projetos, o que implica em um novo edital.
Mesmo diante da reprogramação das obras, o diretor de Mobilidade Urbana, Julian Plautz, pontua um aspecto positivo: a possibilidade de incluir a implantação de calçadas no lado contrário às ciclovias, nova pavimentação, sinalização e melhorias na rede de drenagem. Quando licitadas pela primeira vez, em 2015, as obras contemplavam apenas os passeios e faixa destinada a ciclistas em um sentido da pista.
Para as readequações previstas nas obras da área Norte da cidade será necessário mais dinheiro, além de nova aprovação da Caixa Econômica Federal. O investimento estimado para a retomada dos trabalhos é de aproximadamente R$ 10,5 milhões. A ideia da administração municipal é aproveitar o processo e tentar incluir outras ruas no pacote. Conforme o gerente de Planejamento Viário, Paulo Sérgio da Costa Júnior, a previsão é implantar ciclovias e calçadas nas ruas Engenheiro Udo Deeke, das Missões e Dois de Setembro.

Nota baixa
Ampliar a malha cicloviária é importante para aumentar a mobilidade ativa, aquela sem o uso de veículos motorizados. Mas só isso não resolve o problema. Um inventário feito em 2016 aponta que a nota média das faixas destinadas a ciclistas em Blumenau é de 4,7, em uma escala de 0 a 10. Se fosse prova de escola, a cidade teria reprovado.
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A via com a pior avaliação é a Rua Bernardo Reiter, no bairro Passo Manso, com nota 2,5. A mais bem avaliada é a Rua Henrique Weise, no Salto Weissbach, com 7,1. Para chegar a esses valores, uma equipe técnica contratada para elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de Blumenau analisou quesitos como, por exemplo, sinalização adequada, condições do asfalto e postes no caminho do ciclista.
A Secretaria de Planejamento Urbano estuda o que é possível fazer nas ruas onde a situação é mais crítica, logo onde a nota é mais baixa. Para as vias que precisam apenas de pequenos ajustes, como reforço ou troca de sinalização, o Seterb fará a manutenção. A autarquia se tornou a responsável pelos serviços após a recente reforma administrativa feita na estrutura do governo municipal. O Seterb aguarda o recebimento dos projetos para definir um cronograma de trabalho.
Mapa das obras
Confira a seguir a relação das obras que têm previsão de entrega até o fim do ano:
Rua Arnoldo Hemmer, entre o Complexo do Badenfurt e a BR-470: 4,218 km de ciclofaixa;
Rua Humberto de Campos, entre as ruas Sete de Setembro e Marechal Deodoro: 1,300 km de ciclovia;
Rua República Argentina, entre a Ponte Adolfo Konder e a Rua Panamá: 810 metros de ciclovia;
Rua Chile, entre a Avenida Brasil e a Rua República Argentina: 520 metros de passeio compartilhado.
Obras paradas com previsão inicial de entrega até o fim deste ano, que serão novamente licitadas:
Rua General Osório, entre as ruas Bahia e Caçadores: 3,930 km de passeio compartilhado;
Rua Gustavo Zimmermann, entre as ruas Guilherme Scharf e Felipe Jensen: 4,322 km em ciclofaixa;
Rua Guilherme Scharf, pouco antes da Rua Wilhelm Alsleben até a Rua Gustavo Zimmermann: 560 metros de passeio compartilhado;
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l Rua Frederico Jensen, entre as ruas Ari Barroso e Professor Jacob Ineichen:
2,383 km de ciclofaixa;
Rua Professor Jacob Ineichen, entre a Rua Frederico Jensen até 50 metros antes da BR-470: 1,217 km de ciclovia;
Rua Ari Barroso, entre a Rua Frederico Jensen e o Terminal Aterro: 719 metros de passeio compartilhado.
Obra já concluída:
Rua Itajaí: 3,5 km de passeio compartilhado, ciclofaixa e ciclovia