Apesar do sobe-desce de mortes e casos do novo coronavírus em Blumenau, um outro indicador sustenta que é preciso manter a preocupação com a pandemia na cidade. Isso porque enquanto o número de novos testes positivos para a Covid-19 despencou e o de mortes aumentou, outro se mantém estável há pelo menos duas semanas: o de pacientes ativos.

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Desde 7 de agosto, quando o indicador de pessoas que seguem com o coronavírus atingiu a marca de 2,1 mil, não houve mais queda considerável (confira no gráfico abaixo). Nesta quarta-feira (19), inclusive, o número voltou a ser o mais alto dos últimos 14 dias, 2.177. Isso porque apesar de os novos casos terem caído bastante, o índice de recuperados não cresceu, o que estabilizou o total de pacientes ativos com a Covid-19.

É como se a gangorra, citada pelo colunista do Santa, Evandro de Assis, tivesse na base o número de casos ativos. Enquanto de um lado sobem as mortes e do outro a média de novos testes cai, o meio de tudo permanece igual — o que tende a se tornar um problema.

Isso porque o pico da pandemia já ocorreu em Blumenau — lá no fim de julho, lembra? —, o que aliado às flexibilizações adotadas pela prefeitura nas últimas semanas pode dar a sensação de normalidade às pessoas quando, na verdade, há outras 2 mil (pelo menos) que ainda estão infectadas.

Pior momento pode já ter passado

O pico de casos ativos ocorreu, justamente, no pior momento da pandemia vivido por Blumenau — até agora. Em 29 de julho eram, ao mesmo tempo, 3.140 pessoas infectadas com a Covid-19 na cidade. Esse número foi caindo gradativamente e se estabilizou na casa dos 2 mil a partir da primeira semana de agosto.

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Na avaliação do infectologista Ricardo Freitas, o indicativo é de que a situação mais grave em Blumenau, de fato, já foi enfrentada. As novas hospitalizações e a ocupação de leitos de UTI no Médio Vale, por exemplo, caíram — segundo o Estado, nesta quarta-feira (19) eram 186 leitos ocupados e 75 livres. A taxa, que chegou a passar de 85%, hoje beira os 70%.

— Agora nós estamos convivendo com a Covid-19 na região. Existe um estudo que mostra que uma vez passado o pico, significa que já não há mais tantas pessoas suscetíveis, restando uma população menos sujeita à doença. Isso faz com que aumentem os casos leves e aí, gradativamente, aquela bendita imunidade de rebanho começa a fazer sentido — aponta Freitas.

Veja gráficos que mostra o cenário da Covid-19 em Blumenau

Média móvel de novos casos (total dos últimos sete dias dividido por sete) mostra que quantidade de testes positivos em Blumenau despencou. Ênfase no isolamento social, breve proibição do comércio não essencial e suspensão dos ônibus impactaram nos números.

Taxa de letalidade, que mostra o percentual de pessoas infectadas pela Covid-19 e que morrem, em compensação, vai na contramão da queda de novos casos. A elevação, principalmente em agosto, é considerável.

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