Pegar um ônibus a menos ou encurtar o trajeto de Blumob a caminho do relógio-ponto biométrico naquela segunda-feira de chuva. Nos dias de sol, ir trabalhar ou passear pedalando como um integrante da Centopeia entre ciclovias seguras e interligadas. Escapar de congestionamentos e chegar mais cedo em casa ou no happy hour no fim do expediente de uma esperada sexta-feira. Para moradores de bairros como Itoupava Central, Ponta Aguda e Velha, esses devem ser alguns benefícios de cinco grandes obras que terão as ordens de serviço assinadas nesta semana pela prefeitura de Blumenau.
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A construção dos terminais de ônibus Norte (Itoupava Central) e Oeste (Água Verde), a duplicação da Rua Humberto de Campos no trecho entre as ruas 7 de Setembro e Marechal Deodoro, a implantação do binário das ruas Chile e República Argentina, na Ponta Aguda, e a readequação da Rua General Osório, na Velha – junto de um plano viário iniciado semana passada —, fazem parte do chamado Programa de Mobilidade Sustentável e têm investimento total de R$ 90,9 milhões. O valor será custeado com recursos financiados pela prefeitura junto ao Banco Interamericano para o Desenvolvimento (BID).
As obras são parte de um grande pacote anunciado em março que prevê R$ 275,9 milhões de investimentos em infraestrutura em todas as regiões da cidade, com base nos quatro corredores estruturantes: Sul, Norte, Leste e Oeste.Com as ordens de serviço, as cinco obras, que começaram a ser idealizadas dentro da prefeitura em 2012, devem iniciar ainda neste mês — já há empresas contratando e se instalando na cidade. Somadas às demais, são apontadas pela prefeitura como o maior volume simultâneo de obras da cidade na história.
O vice-prefeito e secretário do Programa BID e Projetos Especiais, Mário Hildebrandt (PSB), defende que as obras serão transformadoras para as regiões por melhorarem a mobilidade, o transporte público e ligarem entradas da cidade a regiões, como o Centro e o Parque Vila Germânica. Mas existem alguns poréns nas obras que devem motivar sorrisos e assinaturas em cinco dias desta semana. Um deles é o impacto ao longo dos próximos dois anos. Hildebrandt aponta que no caso dos dois terminais, que são trabalhos em terrenos, as interferências na cidade devem surgir apenas em seis meses, mas nas obras viárias os reflexos devem começar em breve.
— Na Rua Humberto de Campos, por exemplo, que terá macrodrenagem, buracos podem ficar até 30 dias abertos para realocação de galeria, então sempre há impacto, mas não há como fazer uma obra sem que isso aconteça. O objetivo é tentar resolver o quanto antes — antecipa.
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Verba para desapropriações ainda indefinida
O prazo de 12 a 14 meses para quatro obras e de dois anos para o prolongamento da Rua Humberto de Campos é considerado apertado, mas viável. Se não for cumprido, pode haver a cobrança de um saldo a ser renegociado com o banco. Às vésperas das assinaturas, o único assunto que tira a voz calma do secretário são questionamentos sobre o dinheiro para as desapropriações — estimadas em R$ 30 milhões, um terço do total das obras.
Hildebrandt afirma que as fontes podem ser recursos próprios, financiamentos como o buscado no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) ou permuta de imóveis. No entanto, não aponta qual dessas opções é o plano A da prefeitura e afirma apenas que os processos serão feitos de forma gradual até 2019, com pagamentos a prazo e diferentes fontes de verba.
— O prolongamento da Rua Humberto de Campos, quando começou, tinha três ou quatro terrenos desapropriados, hoje tem 108. A obra caminhou e o foco vai ser esse: começar no que tem (desapropriado) e o que falta ir desapropriando — defende, dizendo-se confiante e sem temer possíveis processos que retardem a obra.