O Presídio Regional de Blumenau recebeu o reforço nas galerias, em contato direto com os presidiários, de 37 agentes penitenciários. Agora a equipe que monitora 960 detentos conta com 72 profissionais, divididos em grupos de 12 agentes que trabalham 24 horas e folgam 72 horas. O grupo, formado ao lado de outros 227 agentes neste mês em Curitibanos, começou a trabalhar na manhã desta terça-feira.
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Depois da apresentação, que ocorreu na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Blumenau, todos foram direto para o presídio onde fizeram a primeira revista na área do semiaberto e em seguida conheceram os espaços do novo local de trabalho.
– No primeiro dia em Blumenau eu chorei com o que vi. Mas o que vimos hoje é maravilhoso, pois antes havia muito desencontro com as instituições. Ter ao nosso lado estes representantes da sociedade é muito gratificante – destacou o interventor do Presídio Regional de Blumenau, Marco Antônio Caldeira, ao citar a reunião que teve a presença do Ministério Público, OAB, Polícia Militar, Polícia Civil e representantes da sociedade blumenauense.
– Blumenau é a cidade que recebeu mais agentes penitenciários em Santa Catarina, por conta do que já aconteceu por aqui. Tivemos que cortar a própria carne e vamos fazer novamente, se for preciso. É inadmissível trabalhar com pessoas que não respeitam o colega do lado e não respeitam a sociedade. Inadmissível – ressaltou ao grupo o diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Edemir Alexandre Camargo Neto.
Há sete meses a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) deflagrou a Operação Regalia, esquema que envolvia a diminuição das penas (remissões ilegais), facilitação de saídas momentâneas da prisão e de fugas, além do ingresso de drogas e celulares no presídio em troca de dinheiro ou bens materiais. Ao todo, foram presas 39 pessoas, entre eles 13 agentes, e cumpridos 27 mandados de busca e apreensão.
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Durante a apresentação dos novos agentes, a promotora de Justiça Jussara Maria Viana também orientou os profissionais:
– Sejam agentes porque vocês querem ser. O trabalho com os detentos precisa ser feito de forma responsável e com respeito. O mundo muda quando o nosso comportamento muda – reforça.
Segundo Caldeira, o número de agentes está longe do ideal mas já é uma ajuda para a situação de Blumenau. Ele destaca que inicialmente todos os profissionais terão contato com os detentos, o que vai ser servir como experiência e vivência para o novo grupo.