Desde março, a única Liga Nacional em disputa no Ginásio do Sesi, em Blumenau, é a de futsal. A partir desta quinta-feira, porém, o esporte da esfera pesada vai dividir as atenções com outra modalidade que busca o status de campeã brasileira: o handebol. Às 19h, a bola vai quicar para o duelo entre as blumenauenses comandadas pelo técnico Sérgio Graciano, e o time de Concórdia, que é atual dona da taça. O clássico catarinense marca a estreia de ambas na principal competição do país.

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De um lado está o time de Blumenau, formado por jogadoras reveladas nos polos da cidade, e que jogarão a primeira partida oficial da temporada, e do outro, a equipe do Oeste que vem de disputas importantes neste ano. Com a mescla de atletas mais experientes e outras novatas, as blumenauenses buscam ultrapassar o obstáculo da falta de recursos para surpreender na competição. Para isso, a partida de hoje à noite é essencial. Na opinião do técnico Graciano, o duelo será o termômetro para saber em que nível suas comandadas se encontram.

– Não fizemos nenhum jogo oficial ainda e não conseguimos medir a febre, saber como estamos. O jogo de amanhã (hoje) é bom para sabermos em que nível está a nossa equipe. Concórdia tem um time completo e vem em um ritmo de jogo interessante, enquanto nós só fizemos um amistoso – pondera o treinador blumenauense.

Uma das dificuldades de Blumenau, pelo menos no início do campeonato, será trabalhar a inexperiência de algumas jogadoras, conforme Graciano. Há meninas como a ponteira Luisa Theiss, 19 anos, que disputarão pela primeira vez uma competição adulta, e logo na Liga Nacional feminina. O treinador conta que para lapidar essas atletas é preciso dar tempo de quadra a elas e que experiência não se adquire no banco de reservas.

Experiência ajuda na preparação das jovens

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Mas Graciano admite que será preciso paciência até que a ansiedade das mais novas desapareça e elas consigam lidar tranquilamente com a pressão.

– Trabalhar com o que amo é muito gratificante. Quanto à ansiedade, estou tentando segurar e pensar mais naquilo que posso fazer para que os jogos sejam o mais próximo de 100% do meu desempenho. Mas claro que o frio na barriga é inevitável – admite Luisa.

– Sei que elas vão errar, sei que elas vão estar nervosas, mas nós temos que mediar isso. Todas ficam ansiosas, mas a experiência te faz controlar essa ansiedade. As pequenas não conseguem fazer isso ainda. Sei do potencial delas e vou colocá-las na fogueira justamente para que lá na terceira, quarta rodada saibam lidar melhor. Experiência se consegue em quadra, não no banco – argumenta o técnico Graciano.

Uma das dificuldades do clube este ano foi a falta de recursos. Com pouco apoio da iniciativa privada, o time vai com orçamento esticado para a Liga Nacional, principalmente nos jogos fora de casa: em Vila Velha (ES), Cascavel (PR) e Maringá (PR). Por conta disso, a equipe fez poucas contratações e aposta no grupo que vem treinando há anos com Graciano, seja nas categorias inferiores, ou até mesmo no adulto. É o caso da pivô Scheyla, 35 anos, a mais experiente do elenco e o espelho às novatas.

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