Um levantamento da Secretaria de Educação de Blumenau confirmou o que se imaginava por conta da pandemia: com um ano longe dos bancos escolares e atualmente em ensino híbrido, os alunos da rede municipal acumulam deficiências de aprendizagem. Em um cenário otimista, serão necessários até três anos para recuperar o que ficou para trás em virtude da pandemia da Covid-19.
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Mais de 21 mil estudantes, do primeiro ao nono ano, fizeram a avaliação diagnóstica em abril deste ano e o resultado saiu acaba de sair. Em linhas gerais, o maior gargalo é em Português, sobretudo com interpretação. Mas isso reflete em praticamente todas as demais disciplinas, uma vez que as crianças e adolescentes têm dificuldades, por exemplo, em solucionar um problema matemático.
— A partir do momento que tem texto e o aluno precisa pensar a resposta, quando a informação está mais implícita, eles apresentam dificuldade. Acredito que vamos levar de dois a três anos para sanar essa defasagem, isto se nós enquanto Poder Público criarmos política para dar conta — diz enfaticamente a diretora de Educação Básica de Blumenau, Maria Luiza de Oliveira.
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Ela não se mostra surpresa com o quadro apresentado e transparece preocupação com o desempenho deste ano. Isso porque 37% dos alunos da rede municipal de Blumenau seguem exclusivamente no ensino remoto. Estar diariamente dentro das escolas ainda é uma realidade para apenas 24,5% dos matriculados.
— É lógico que os alunos que estão na modalidade presencial terão êxito maior em relação aos que estão em casa — frisa a gestora.

Solução de longo prazo
Recuperar todo esse prejuízo não será tarefa fácil. As escolas terão acesso ao resultado detalhado das avaliações somente no dia 3 de agosto, no retorno das férias. Depois, têm até 15 de setembro para apresentar à Secretaria Municipal de Educação um plano de ação. Ou seja: as unidades já estarão praticamente no último trimestre letivo. Ficará para 2022, efetivamente, o começo da recuperação.
Nos planos da prefeitura estão algumas possibilidades para tentar reverter o cenário. Começa por intensificar o projeto de Psicopedagogia Escolar e passa por auxiliar no processo de alfabetização das crianças. As atividades de reforço escolar, oferecidas em período de contraturno, também estão no radar do governo. Como tudo isso vai ser feito ainda não está claro, parece depender das propostas que virão das próprias escolas.
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Retomada 100% presencial
O desejo mesmo é ter de volta todos os estudantes dentro dos colégios, para garantir o acompanhamento corpo a corpo dessa aprendizagem. Na semana passada, a prefeitura de Blumenau enviou ofício ao governo do Estado pedindo redução da distância mínima entre os alunos nas salas de aula, passando de 1,5 metro para 1 metro.
O pedido, segundo a Secretaria de Educação, “levou em consideração os índices de vacinação; os atuais indicadores educacionais relacionados à frequência presencial dos estudantes nas instituições de ensino para o êxito no aproveitamento do ensino; a procura e necessidade da comunidade escolar do retorno presencial, sem escalonamento, mantendo os estudantes por maior tempo nos espaços educacionais”.
— É uma defasagem que está aí e a gente vai ter de dar conta. Tomara a Deus que consiga reduzir esse índice de pandemia para que as crianças possam estar dentro das escolas, para nós isso é muito importante, porque é complicado principalmente para as crianças que estão no material impresso ter uma apredizagem efetiva. Sabemos que é muito díficil — aponta a diretora de Educação Básica, Maria Luiza de Oliveira.
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