Começa hoje a campanha nacional de vacinação contra poliomielite e sarampo. Em Blumenau, a expectativa é imunizar 95% das 15.490 crianças com idades entre um e menos de cinco anos. As doses serão aplicadas nos postos de saúde com sala de vacina e também nos sete ambulatórios gerais. O Dia D de mobilização está marcado para 18 de agosto. A Secretaria Municipal de Promoção da Saúde reforça a necessidade de levar a caderneta de vacinação para avaliação e registro.

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Atualmente, casos de sarampo foram registrados em pelo menos sete Estados, entre eles o Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, o caso mais recente da doença foi diagnosticado em 2013, em Florianópolis. De acordo com a Vigilância Epidemiológica de Blumenau, o último registro de sarampo na cidade é de 2003, contraído em outra região. O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu em 1989. Desde então, não há registros da doença no país.

Embora pareça uma problemática distante do cotidiano dos moradores do Vale do Itajaí, o pediatra Mario Celso Schmitt alerta para a necessidade de os pais imunizarem os filhos, sobretudo diante dos movimentos vistos em redes sociais, nos quais famílias optam por não vacinar, acreditando que as doses podem trazer malefícios. Segundo o especialista, é inadmissível a volta de doenças graves que podem facilmente ser prevenidas com vacinas.

O sarampo pode levar à morte e a poliomielite, provocar paralisia dos membros inferiores. Schmitt defende a importância de campanhas de conscientização, mas aponta também o papel dos médicos e da rede pública nesse contexto.

– É muito fácil pôr a culpa só nos pais, mas qual é o drama? A rede pública está bem instruída sobre vacina? Tem vacina disponível nos postos de saúde quando a mãe vai lá? O posto funciona direito? Não estou condenando, é uma reflexão – pondera.

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Jucimara Aparecida dos Santos, 38 anos, mãe de Miguel, de sete meses, e outras três crianças, conta que nunca teve dúvidas sobre aplicar as vacinas indicadas pelo Ministério da Saúde. Com amigas que optaram em não imunizar os filhos contra a gripe, por exemplo, ela acredita que as doses só fazem bem:

– A vacinação dos meus filhos está sempre em dia. Eu prefiro deixá-los bem protegidos.

Ações serão indiscriminadas

nação será feita de forma indiscriminada. Conforme recomendação do Ministério da Saúde, para a poliomielite, as crianças que não tomaram nenhuma dose durante a vida receberão a Vacina Inativada Poliomielite (injetável). Já os menores de cinco anos que tomaram uma ou mais doses receberão a Vacina Oral Poliomielite (gotinha). Em relação ao sarampo, todas as crianças receberão uma dose da tríplice viral, independentemente da situação vacinal, desde que não tenham sido imunizadas nos últimos 30 dias.

O pediatra Mario Celso Schmitt diz que só não podem receber as vacinas as crianças com febre. Ele ressalta aos pais e responsáveis que não há reação aos medicamentos e que, no máximo, é possível um quadro febril passageiro e dor no local da aplicação, mas nada que precise ser medicado. O especialista lembra que há 40 anos, quando começou a atender em um hospital de Blumenau, cerca 30 crianças ficavam internadas por dia, com doenças como tétano, disenteria, paralisia infantil e meningite.

– Hoje, criança internada no hospital é raro. A gente trata quase tudo em casa, porque foi feita campanha forte de aleitamento materno e de vacinação, que protegeram as crianças – argumenta.

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Entenda as doenças

Poliomielite

Doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por quadro de paralisia de início súbito. Acomete geralmente os membros inferiores, tendo como principal característica a flacidez muscular. A transmissão se dá por contato direto, pela via fecal-oral, por meio de objetos, alimentos e água contaminados, ou pela via respiratória, por meio de gotículas de secreções lançadas pela fala, tosse ou espirro. A falta de saneamento, as más condições de moradia e a higiene pessoal precária são fatores que favorecem a transmissão.

Sarampo

Doença infecciosa aguda, transmissível e contagiosa, podendo evoluir para complicações e óbito, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano. A transmissão ocorre por meio de secreções respiratórias, no período de quatro a seis dias antes até quatro dias após o aparecimento de manchas vermelhas e erupções no corpo.

Fonte: Secretaria Municipal de Promoção da Saúde