Um velho ditado do mundo da bola diz que santo de casa não faz milagre. O time do Blumenau/SCF tem provado o contrário nesta edição da Liga Futsal. O melhor momento da história do futsal blumenauense é marcado pela força coletiva da equipe e serve para coroar o trabalho que a cidade desenvolve na formação de atletas. Dos 20 jogadores que compõem o elenco, 11 são blumenauenses. Nove nasceram na cidade e outros dois surgiram nas categorias de base de clubes locais.
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É contando com essa força que os comandados do técnico Peri Fuentes esperam vencer o Brasil Kirin, nesta quinta-feira às 19h, para levar o jogo para a prorrogação, onde tem a vantagem do empate para ficar entre os quatro melhores da competição. A partida será no Ginásio da AD Hering e já tem ingressos esgotados, mas terá transmissão do SporTV 2 e da ESPN +.
Com um grupo tão identificado com a cidade, a molecada que hoje atua nas equipes de formação da cidade (AD Hering, Apama, Colégio Shalom e Spaca Blu representam Blumenau em torneios desde o sub-9) têm em quem se espalhar para seguir o sonho de se transformar em um craque do futsal. O projeto mais antigo é o da Associação Desportiva de Pais e Amigos dos Menores Atletas (Apama). Em outubro, a entidade completou 20 anos, formando e revelando talentos para as quadras e os gramados. Três deles integram o elenco do Blumenau/SCF: os alas Rafinha e Rudi, mais o pivô Lucas Rozenski (um dos artilheiros da equipe, com nove gols).
– Fico feliz de ver um clube com investimento. Faltava isso para dar sequência no trabalho de base. Agora, as crianças têm um espelho. Não tem nenhum outro time na Liga com esse trabalho. Estamos no caminho certo – comenta Reginaldo de Souza, coordenador técnico da Apama.
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Mas nem sempre foi assim. Entre a primeira participação de Blumenau na Liga Nacional, em 1998, e a edição atual, a cidade perdeu muitos talentos por não ter uma equipe de alto rendimento em quadra pela principal competição nacional. O pivô Lukaian, da Intelli (SP) e o goleiro Quinzinho, de Marechal Rondon (PR), atletas com passagens pela Seleção Brasileira, são alguns exemplos. Souza acredita que a campanha deste ano seja o pontapé inicial para mudar a situação.
– Há anos que a gente revela talentos, mas ninguém ficava na cidade por não ter uma equipe para jogar. A cidade tem potencial, tem muito material humano. As pessoas estão vendo isso, com o ginásio lotado e os jogos aparecendo em rede nacional. Mas podemos mais. Com mais investimento, podemos ir além – emenda.
Jorge Schwartz, que também ajudou a revelar outros talentos como técnico e hoje atua como gestor do Futsal da AD Hering, aponta que valorizar os pratas da casa sempre foi o objetivo do clube.
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– Isso tudo nos deixa muito feliz. Para o ano que vem, já temos o planejamento para manter esse trabalho. Certamente, teremos muitos blumenauenses defendendo e brilhando por Blumenau – pontua.
Valorizar o talento formado em casa implica em uma série de fatores positivos: aumenta a identificação do público com o time, fomenta o desenvolvimento da modalidade, projeta o nome da cidade como polo formador de atleta e reduz custos para a equipe adulta. Independente do resultado de hoje à noite, o futsal de Blumenau é o grande campeão desta Liga Futsal.