A história começou com um problema identificado na empresa: a falta de integração com bancos na hora de pagar e emitir boletos. Do desafio, veio a solução por meio da tecnologia. Um novo sistema foi criado especialmente para a demanda, que não era um caso isolado, e logo chamou a atenção de outras empresas. A solução interna virou chance de empreender que o blumenauense José Henrique Kracik Silva, de 37 anos, agarrou em 2013. Surgiu de lá o PagueVeloz, uma fintech – empresa de finanças e tecnologia – baseada em Blumenau que hoje atende 6,3 mil clientes do Brasil inteiro e tem uma filial em São Paulo.

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É com inspiração na história de pessoas como José que desde segunda-feira a Furb recebe a Semana Global de Empreendedorismo. O evento, que termina hoje à noite, teve 12 palestras, demonstração de novos produtos e discussões a respeito dos desafios e a importância de empreender. Por noite, cerca de 800 pessoas circulam pelo espaço. Estandes de incubadoras, empresas, banco e da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), os principais financiadores de ideias em fase inicial, abrem oportunidades para quem busca algum apoiador um projeto ou uma nova empresa.

— As palestras falam sobre tendências na área. Líderes de startups ensinam o caminho das pedras para quem quer empreender e também a ser inovador na sua área, para quem quer continuar em uma empresa, em produtos e processos — detalha a coordenadora do evento, Marianne Hoeltgebaum.

A Semana levanta ainda o debate sobre o ecossistema para inovação em Blumenau, que para muitos ainda pode ser aprimorado. Embora a cidade seja berço de muitas empresas de tecnologia, startups e outros negócios, empreendedores ainda buscam a união em grupos com o intuito de crescimento colaborativo e menos burocracia.

Trabalho de conscientização

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No município, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico integra as ações voltadas ao empreendedorismo. Uma das apostas é o trabalho de conscientização das pessoas para o espírito empreendedor desde cedo, com palestras e feiras em escolas do ensino básico e fundamental e na Fundação Pró-Família.

A cidade tem ainda o programa Escola do Empreendedor, que, em parceria com a Ampe e o Cedup, oferece matérias de empreendedorismo nas aulas do contra-turno. Para a população que já está no mercado, economicamente ativa, o trabalho ocorre principalmente em parceria com o Sebrae e outras entidades do Sistema S.

Praça do Empreendedor ajudou 8,9 mil novos negócios

O principal aliado do empreendedorismo no poder público é a Praça do Empreendedor. Aberto em junho de 2015, o espaço já ajudou na abertura de 8,9 mil empresas nesse período – somente neste ano foram 3.251 estabelecimentos criados até outubro, com 4 mil sócios e 3 mil novos postos de trabalho. Entre todos os atendimentos, que envolvem consultas que nem sempre se transformam em novos negócios, foram 84.993 atendimentos até o dia 10 deste mês.

A Praça do Empreendedor diminui a burocracia ao permitir a emissão do alvará de funcionamento de uma empresa no mesmo dia. O espaço reúne em um local – uma sala do Shopping Park Europeu – os processos que antes exigiam a ida a sete órgãos diferentes. Há oferta de cursos do Sebrae para empresários iniciantes e um economista para consultoria. Embora o principal foco seja encorajar proprietários a tirar empresas da informalidade, os reflexos também chegam ao setor de serviços e de inovação.

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— Com o crescimento do espaço, pretendemos acompanhar o desenvolvimento dessas empresas que estão sendo abertas — pontua o diretor de Apoio ao Empreendedor Rafael Phillipe de Oliveira.