Em um levantamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil neste mês e veiculado ontem no telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, Blumenau aparece na 77ª posição no ranking de saneamento entre as 100 maiores cidades do Brasil. Das três catarinenses que aparecem no estudo, Blumenau fica logo atrás de Joinville, 72ª colocada, e Florianópolis, ocupa o 42º lugar.

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Os dados são baseados em informações de 2012, quando a cidade do Vale do Itajaí tinha cobertura de rede de 7,2%. Atualmente, cada vez que o morador de Blumenau abre a torneira, aciona a descarga do vaso sanitário e liga o chuveiro, resíduos orgânicos e químicos são levados às duas estações de tratamento, no Garcia e Fortaleza, e o rio Itajaí-Açu recebe de volta água com 96% a menos de poluição. Isso porque o município conta hoje com 30% da rede de tratamento de esgoto instalada.

Apesar de estar ainda longe da média do Brasil, de 41,3% em 2012, nos últimos quatro anos o salto foi de 25% de cobertura do serviço. Em 2010 o Consórcio Saneblu (Foz do Brasil S/A, Odebrecht Engenharia S/A e Engeform) venceu a licitação e recebeu a concessão do sistema de esgoto. Nesta época Blumenau tinha apenas 4,8% de cobertura. Dois anos depois subiu para 7,2% e, ao fim da primeira etapa dos trabalhos em dezembro do ano passado, completou 30% de acesso ao serviço.

– O principal objetivo não é fazer um obra de saneamento e sim sanear a cidade. O grande desafio é fazer a rede, conectar a casa, trazer o esgoto para a estação, tratá-lo e devolver ao rio – afirma o diretor da Odebrecht Ambiental, antes Foz do Brasil, Sandro Stroiek.

Antes de 2010 havia apenas 100 quilômetros de rede, 4,8% de cobertura e um tratamento de esgoto deficiente. Nos últimos quatro anos mais de 200 quilômetros de novas redes foram implantadas, duas novas estações de tratamento construídas e cerca de 26 mil unidades consumidoras têm a rede disponível e interligada. Há ainda outras 3 mil com acesso ao serviço, mas não fizeram a ligação.

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O Samae, que faz a gestão do contrato de concessão, explica que Blumenau teve um passivo ambiental muito grande e agora tenta recuperar esses anos que a cidade não investiu no saneamento básico:

– Uma obra de implantação de rede de esgoto causa muitos transtornos e afeta todos os moradores, por isso cada um tem que entender a sua parte para continuarmos fiscalizando e para que este serviço seja feito com qualidade – comenta Achilles Braun, gerente de esgoto sanitário do Samae.

Obras serão retomadas em setembro

As obras da Odebrecht Ambiental foram paralisadas em dezembro do ano passado para que o contrato de concessão fosse reavaliado pela empresa. Elas devem ser retomas em setembro deste ano no bairro Fortaleza, segundo o Samae. Depois chegarão à Rua Frei Estanislau Schaette, nas proximidades do encontro com a rua General Osório, em um trecho de aproximadamente 250 metros que necessita de extração de rocha com o uso de explosivos.