O blumenauense se reconciliou com o rio que por tanto tempo foi um companheiro de lazer e prática esportiva. O reencontro foi prazeroso como um fim de semana de praia. Ou melhor: de Prainha. Durante o sábado e o domingo, a primeira edição do Festival Náutico Blumenau a Bordo concentrou embarcações e atividades como passeios de caiaque, stand up paddle, luta de cotonetes gigantes, oficina de pesca e voos de flyboard na curva do rio entre as margens da Prainha e da Praça Doutor Hercílio Luz. Teve gente nadando, jovens ensaiando um jogo de vôlei, crianças em brinquedos do parque, casais com cachorros, expositores náuticos divulgando produtos, food trucks com aromas defumados apetitosos.

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:: Leia mais: Festival Blumenau a Bordo resgata olhar ao Rio Itajaí-Açu como opção de lazer

O festival, que começou com um sábado de sol e céu de brigadeiro, continuou no segundo dia com jet skis, barcos, caiaques e pranchas dividindo espaço no rio. Nem as nuvens do domingo intimidaram. O casal Hermano Behling, 30 anos, e Ana Paula Tamwing, 34, mora no bairro Itoupava Norte e aproveitou a tarde para conferir as atrações e ter uma visão diferente do Itajaí-Açu. Sorte da pequena Mili, uma pinscher de dois anos que adora o Litoral e que ficou empolgada ao pisar na areia da Prainha, densamente povoada durante o fim de semana.

– Sou de Curitiba, mas moro há quatro anos aqui e eu e minha família nunca entendemos porque o rio não era mais bem aproveitado. Tomara que haja cada vez mais incentivo – torce Ana Paula.

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Para quem se jogou nas atividades, a experiência foi ainda mais marcante. Natália Klein, 27, e Ricardo Zinn, 29, moradores do Água Verde, andaram de caiaque nos últimos minutos do Blumenau a Bordo ontem. Um programa clássico de praia que desta vez foi curtido com a visão da Beira-Rio e da torre da Catedral.

Uma das sensações do fim de semana foi o flyboard, que permite voos com a impulsão da água. O instrutor Pablo Niehues, de Florianópolis, conta que houve muita procura pela atividade, oferecida gratuitamente por meio de sorteios no sábado e no domingo.

– O grande segredo é controlar a ansiedade. Quem consegue isso normalmente já para no alto na primeira vez – explica o professor, que chegou a ir a 16 metros de altura em uma apresentação no domingo de manhã.

A Secretaria de Turismo de Blumenau não divulgou dados de público do Blumenau a Bordo, mas considera que o evento cumpriu o objetivo de aproximar a população do rio como opção de lazer. O secretário Ricardo Stodieck conta que a resposta do público foi muito positiva e antecipa que haverá uma nova edição em novembro do ano que vem. Em março, um evento com proposta semelhante, mas de menor porte, também deve ocorrer.

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Sol deu brilho especial ao sábado nas margens

No sábado, o dia de sol animou muitas pessoas a irem às margens do rio. A quantidade de embarcações e jet skis no primeiro dia impressionou e gerou até comparações com o Litoral e locais como o Caixa d?Aço, conhecido ponto de encontro de lanchas e iates no verão em Porto Belo. Das 10h às 17h, a curva do rio ficou lotada de pessoas que acompanharam e também desfrutaram das atrações.

A operadora de caixa Vanessa Antunes de Jesus, 26, aproveitou o dia ensolarado para curtir o rio com o marido e os filhos. A família andou de caiaque, stand up paddle e participou de uma série de atividades. Para ela, que é de Lages e mora há seis anos em Blumenau, o evento é uma forma de olhar para o rio de uma maneira diferente:

– Está bem legal e é bom a gente ter esse contato com o Itajaí-Açu, porque geralmente só se vê o lado ruim, o desastre, e agora tem uma oportunidade de ter uma atividade ao ar livre, aproveitando o rio, e isso é muito bom.