Bate-papo entre detentos do Presídio Regional de Joinville por telefone celular é coisa do passado, garantiu segunda-feira o diretor da unidade, Cristiano Teixeira da Silva, que confirmou a ativação definitiva do aparelho bloqueador de sinal.

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Segundo ele, o bloqueador começou a funcionar na semana passada. O equipamento passa por ajustes para permitir que setores como a administração não sofram interferência.

– São ajustes pontuais. Fizemos os testes com aparelhos de várias operadoras e o bloqueio de sinal ocorreu com sucesso -, afirma.

Até segunda-feira, diz o diretor, não houve reclamações de interferência entre moradores das casas próximas ao presídio.

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Havia preocupação porque existem cerca de 50 imóveis instalados em um raio de 300 metros em relação ao presídio, no bairro Paranaguamirim, na zona Sul da cidade. A expectativa pelo funcionamento do bloqueador se arrastava desde abril, quando a instalação do sistema foi anunciada pelo Departamento de Administração Prisional (Deap), logo após “AN” ter revelado conversas entre presos de Joinville e de outras unidades do Estado em um disque-amizade por celular.

Na época, a previsão era de que o equipamento estivesse funcionando em 90 dias. O prazo não foi cumprido porque houve atraso nas etapas de licitação. Com uma proposta de R$ 74 mil para um contrato de 180 dias – que será prorrogado – a empresa Polsec, de Belo Horizonte, venceu outras 17 concorrentes.

Por segurança, não podem ser revelados detalhes do funcionamento do aparelho, segundo o diretor Cristiano.

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– Fomos orientados a não mostrar nem indicar o posicionamento do equipamento -, justifica.

Apenas uma antena de interferência, perto da guarita de entrada, pode ser vista por quem está fora da cadeia.

MP investiga aluguel

O funcionamento do bloquea-dor de sinal no Presídio Regional de Joinville não põe fim à polêmica envolvendo a escolha por um contrato de aluguel em vez da compra definitiva do aparelho.

A q,uestão surgiu quando o juiz da Vara de Execução Penal de Joinville, João Marcos Buch, pediu esclarecimentos à Secretaria do Estado de Justiça e Cidadania (SJC) sobre os motivos que levaram o edital a buscar a locação.

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Isso porque a Penitenciária Industrial de Joinville, em terreno ao lado, conta com aparelho próprio e não tem despesas mensais. A licitação do modelo instalado no presídio foi alvo de investigação do promotor Affonso Ghizzo Neto em Joinville, mas acabou encaminhada ao Ministério Público em Florianópolis.

Via assessoria, o promotor Aor Steffens Miranda, que cuida do caso na Capital, afirmou que a investigação agora abrange outros contratos de locação do serviço no Estado.

A SJC defende que a opção pelo aluguel é mais barata porque garante atualização e manutenção constantes. O modelo alugado seria mais eficiente ao garantir o direito da vizinhança à telefonia.

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