O desfile das escolas de samba continua sendo o grande destaque da programação do carnaval em Florianópolis, em São Paulo, e muito especialmente, no Rio de Janeiro. É um show que todos os anos reedita o potencial criativo de grandes artistas e de gente simples do povo.
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A rigor, o que ocorre na passarela destes espetáculos é um milagre. São até 4 mil sambistas, batuqueiros, artistas, figuras de destaque, organizadores, carnavalescos e um batalhão de pessoas que se dedicam durante meses para a grande noite. Tudo sem um ensaio coletivo. No máximo, treinos de alas isoladas. O ensaio é o próprio concerto.
No espaço da concentração, antes do desfile, ocorre uma bagunça organizada, se é possível a expressão. Guindastes gigantescos colocando estrelas nos carros alegóricos, centenas de participantes completando as fantasias com pesados adereços, outro grupo empurrando os enormes carros do enredo, mais atrás os mestres da bateria organizando a batucada para dar início ao canto do samba enredo.
No asfalto, cenas emocionantes: das baianas, senhoras de rostos enrugados vestindo, orgulhosas, largas saias e rodando com felicidade contagiante para entusiasmo da plateia; aos ritmistas já idosos jogando toda energia no pesado bumbo de marcação.
Acompanhar os enredos criativos, observá-los pelo figurino das fantasias e a beleza das alegorias, é um privilégio que estes anônimos oferecem ao Brasil e ao mundo.
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Esta é opera de rua, no carnaval das escolas é, sem duvida, o maior espetáculo da terra.