O Bloco Onodi nasceu sem muita ambição. Passados 23 anos, já é uma tradição da comunidade do Campeche e um dos mais populares de Florianópolis.
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Neste domingo (23), o desfile rolou a partir das 17 horas. Ele é também uma alternativa para que os moradores não precisem ir para o Centro da cidade pular Carnaval, em um período em que as ruas ficam lotadas.
Assim, é uma festa bem "manezinha do Sul da Ilha". Tão mané que o nome veio de uma conversa corriqueira com um morador local, o seu Tirelli, sobre o porquê do nome de um cachorro que ele ganhado de presente.
— Ô no di — respondeu ele, o que em bom manezês quer dizer: "eu não dei!"
Nesse ano, mesmo após a tragédia que ocorreu na última quarta-feira (19), o bloco vai para a rua brincar o Carnaval. Mas, como a força da comunidade é maior, a diretora Elenir de Siqueira Fontão não foi esquecida neste domingo. Às 16 horas, foi iniciada uma passeata que saiu da esquina da Rua da Capela com a Avenida Campeche. É uma forma de o Campeche se posicionar de maneira firme e corajosa contra o feminicídio.
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Na avenida Campeche, um grupo de moradores monta "o próprio bloco" na frente do condomínio. Há pelo menos oito anos, quando o Carnaval chega, o dia em que o Onodí passa é um dos momentos auge do ano: as famílias se reúnem, seguem o desfile, depois retornam para a frente dos prédios e curtem a movimentação.
— É uma oportunidade de nos divertirmos com os nossos amigos no lugar que a gente gosta — conta a arquiteta Larissa Gransotto, 43 anos.
O grupo ainda promove uns "rolês" com uma kombi que também é tradição do Carnaval para eles: a Kombosa leva os mais animado para passear pela avenida e acompanhar a festa. Para a pequena Luísa, de oito anos, o "fim de festa" é o melhor momento: depois de curtir o Onodi, todos ficam juntos perto de casa, vivendo a maior festa popular do ano do Campeche.
