Coletores, vassouras, dedetizadores cheios de detergente. É quinta-feira e o bloco dos garis está pronto para limpar as ruas do centro histórico de Olinda, ao som de frevo e marchinhas de Carnaval. À frente do bloco, um caminhão-pipa vai jogando água e ditando o ritmo de quem vem atrás, na folia. Os últimos garis vão jogando detergente na rua e deixando cheiro de limpeza por onde passam. Nas portas das casas, moradores anônimos e ilustres, como o cantor e compositor Alceu Valença, assistem à passagem do bloco.

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– Aqui todo mundo pode brincar junto – afirma o gari Alexandre Magno Pacheco Ferreira, que sai no Vassourão há dois anos.

Ao subir e descer as ladeiras, é comum o encontro do Vassourão com outros blocos. Dessa vez, são os alunos e professores do Colégio São Bento – escola católica, particular e uma das mais tradicionais da cidade. Os garis abrem passagem para os alunos, do maternal ao terceiro ano do ensino médio. No meio da mistura de cores, já não é possível identificar a qual bloco as pessoas pertencem.

– Todo mundo vem, é massa – diz Larissa Ribas, de 17 anos.

Depois que o bloco dos alunos passa, o Vassourão segue. Os foliões garantem que vão trabalhar em seguida e, por isso, não se vê consumo de bebida alcóolica, contrariando o habitual nas ruas de Recife e Olinda durante o Carnaval.

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– Na verdade, quando o bloco sai, já estamos trabalhando. Se a gente vê um lixo, abaixa e recolhe – explica André Gomes.