As tradicionais marchinhas de Carnaval, frevo, choro e outros ritmos tradicionais embalaram os foliões que lotaram a Praça XV, no centro do Rio de Janeiro. Uma multidão compareceu neste domingo para comemorar os 20 anos do bloco Cordão do Boitatá e assistir a shows de artistas como Teresa Cristina, Alfredo Del Penho e Pedro Miranda.
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Conhecido por reunir pessoas com fantasias irreverentes, o bloco é ponto de encontro de estudantes de engenharia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Desde 2011, eles se fantasiam de smurfs (personagens de desenho infantil), com os corpos pintados de tinta guache azul. O organizador Rafael Paes Leme reuniu 50 colegas este ano.
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– Cada um tem um bloco preferido, mas o Cordão do Boitatá é sagrado, é muito divertido ver todo mundo pintado– disse.
Preparados para 7h de shows até o fim da tarde, com as bênçãos de São Sebastião, padroeiro da cidade representado no estandarte no bloco, um outro grupo fez paródia com a série de TV Orange Is the New Black e levou mulheres vestidas de presidiárias e rapazes de agentes carcerários. Um outro prestou homenagem ao apresentador de TV Chacrinha e tinha até uma chacrete, como ficaram conhecidas as assistentes de palco do comunicador.
As mudanças no sistema de transporte público do Rio, que teve linhas canceladas para reorganização de trajetos, também virou brincadeira. Um grupo de amigos se fantasiou de Onde Está o Wally Ônibus, em referência ao personagem Wally, do ilustrador britânico Martin Handford, escondido sempre nas páginas dos livros, em meio a uma multidão.
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– Nesse momento, há uma grande dificuldade de mobilidade na cidade: os ônibus sumiram. Queremos mostrar ao prefeito (Eduardo Paes) a dificuldade da população em encontrar o ônibus certo, depois dessa supressão das linhas –explicou o professor Diomário da Silva.
Alegria e animação, marcas registradas do bloco, contagiaram também os estrangeiros. Morando na cidade há dois anos, a engenheira espanhola Sara Fraile conta que, em seu país, as Ilhas Canárias, há um Carnaval parecido, com blocos e fantasias. Mas ela não quer voltar para lá.
– Não tenho saudade, não. Aqui no Rio é bem melhor, mais animado–comparou.
O Boitatá é um dos mais importantes blocos da cidade e teve participação ativa na revitalização do carnaval de rua. Promove encontro entre gerações de músicos e faz um passeio por ritmos brasileiros. Encanta cariocas e turistas de todo o país, diz a curitibana Camila Brizotto:
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– O bloco é bem tradicional, homenageia as grandes personalidades do samba de raiz, além de ser um bloco no centro, que é uma parte histórica da cidade do Rio.
Os organizadores não encontraram patrocinadores para cobrir os custos e esperam sensibilizar os foliões por meio de um financiamento coletivo na internet até o próximo domingo.
– Esse ano foi muito difícil montar o palco. Estamos com as contas no vermelho, esperando que a vaquinha virtual funcione– lembrou Flavia Breton, produtora do bloco.
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