Na tentativa de apagar a denominação de Black Fraude que recebeu no ano passado porque as falsas promoções irritaram os consumidores, a quarta edição da versão brasileira do Black Friday, nesta sexta-feira, poderá garantir mais um recorde de vendas pela internet no país. Inspirada na tradicional megaliquidação do varejo americano logo após o feriado do Dia de Ação de Graças, a iniciativa vai mobilizar centenas de sites e pode movimentar até R$ 390 milhões, 60% a mais do que 2012, estima a E-bit, empresa especializada em informações sobre comércio eletrônico.
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Com a previsão de 1 milhão de compras nas 24 horas da ação e descontos de até 60%, a superpromoção online vai colocar à venda uma variada lista de itens de produtos e serviços. Na onda do marketing criado para a data, até casas e apartamentos serão ofertados com deságio.
Neste ano, todo o esforço dos organizadores da promoção pela internet é tentar assegurar que não ocorram os transtornos verificados na edição anterior, como lentidão dos sites e, principalmente, a chamada maquiagem de preços nas ofertas. Para evitar a prática, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net) e o portal Busca Descontos – que montou o site oficial da ação – criaram um código de ética para que as empresas anunciem apenas ofertas reais. Quem aderir recebe um selo, e quem descumprir as regras pode até perder o direito de participar da ação em 2014. No site serão 120 empresas, com oferta de 6 mil produtos ou serviços.
Contudo, a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, recomenda uma pesquisa prévia nos preços dos produtos ou serviços de interesse para ter certeza da vantagem:
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– É preciso um comparativo anterior para saber se o desconto vale a pena.
Onde comprar
As ofertas estão disponíveis no site www.blackfriday.com.br, mas também podem ser encontradas em sites de empresas que não participam da ação considerada oficial, mas prometem descontos.
Quando
Nesta sexta, até as 23h50min.
Descontos
A E-bit estima que podem ser de até 60%.
O que estará em oferta
Eletrônicos, itens de informática, eletrodomésticos, games, moda e acessórios, passando por produtos de saúde e beleza, linha automotiva, petshop, passagens aéreas, brinquedos, casa e decoração, instrumentos musicais, livros e pacotes de viagem.
Como participar
O consumidor deve fazer um cadastro no site oficial.
Fuja do horário de pico
O conselho é evitar os horários entre 0h e 2h e das 12h às 14h.
Teste a empresa vendedora
Para evitar cair em golpes, uma das dicas é usar o serviço da Serasa Experian. Em portal.serasaconsumidor.com.br/vce será possível consultar gratuitamente, de sexta a domingo, o CNPJ da empresa que faz a oferta, verificando a existência de ações judiciais, cheques sem fundo e reclamações anteriores.
Informe-se sobre a loja e o proprietário: consulte os dados da empresa (razão social, CNPJ, endereço, telefone, e-mail). Tente entrar em contato pelos canais informados para avaliar se há, realmente, atendimento ao consumidor.
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Consulte o órgão de defesa do consumidor da sua cidade para saber se há reclamação de consumidores contra o site.
Ao passar o mouse sobre o link, confira se o endereço que aparece na barra inferior do navegador é o mesmo. Se for diferente, é falso. Dê preferência a sites cujo endereço comece com https.
Antes de fechar a compra, certifique-se de que entendeu bem qual o prazo para entrega e o valor do frete.
Em caso de problemas
O consumidor tem o direito de se arrepender da contratação no prazo de sete dias, contados da celebração do contrato ou da entrega do produto, sempre que o negócio for realizado fora do estabelecimento comercial, como as compras online. No caso de pagamento com cartão de crédito, o arrependimento terá de ser comunicado imediatamente pelo fornecedor à instituição financeira ou à administradora do cartão para a transação não ser lançada na fatura, ou para que haja estorno ou devolução do valor.
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Reclamações ou consultas devem ser enviadas ao site, que, por sua vez, terá o dever de receber, avaliar e responder ao consumidor. Se o problema não for resolvido, recorra ao órgão de proteção ao consumidor mais próximo, a fim de fazer valer seus direitos e obter solução. Se isso não adiantar, a queixa poderá ser encaminhada à Justiça.
Tanto o site quanto o fornecedor do produto ou serviço responderão solidariamente pelos prejuízos causados ao consumidor.
Fonte: Proteste