O bispo Edir Macedo, empresário e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, que tem cerca de 8 milhões de fiéis em 170 países, esteve em Chapecó nesta semana para prestar depoimento na 1ª Vara da Justiça Federal. Ele responde a processo por falsidade ideológica na compra da TV Record de Xanxerê.
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A audiência foi às 14h de quarta-feira. Ele chegou acompanhado de advogados e de outras duas pessoas citadas na denúncia, o pastor Marcelo Nascentes Pires e o ex-diretor da TV Record Júlio César Ribeiro. A presença do empresário, que mora em New York (EUA), não gerou estardalhaço na cidade. Segundo servidores da Justiça Federal, do lado de foram ficaram apenas pessoas da segurança do bispo.
Macedo foi denunciado pelo Ministério Público por suspeita de inserir declaração falsa em documento, crime previsto no artigo 299 do Código Penal, e falsidade ideológica, crime previsto no artigo 304 do Código Penal. Segundo a denúncia do procurador da República Renato de Rezende Gomes, Macedo teria utilizado “laranjas” na compra das cotas de televisão, que depois foram transferidas para seu nome. Marcelo Nascentes Pires figurou como sócio da RCE TV de Xanxerê Ltda., posteriormente Televisão Xanxerê Ltda., afiliada da Rede Record, quando em verdade, o verdadeiro proprietário das cotas em nome de Marcelo era o denunciado Edir Macedo Bezerra, aponta a denúncia.
Ainda conforme a Ministério Público Federal , Macedo teria utilizado uma procuração para posteriormente transferir as cotas de Marcelo para seu nome. Eles ainda teriam utilizado a procuração falsa no Ministério da Justiça. Os crimes têm penas que podem variar de um a cinco anos de reclusão e multa.
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O juiz Guilherme Gehlen Walcher, que ouviu os denunciados, disse que Edir Macedo não havia estado presente na primeira audiência, marcada há cerca de um mês, mas na quarta-feira compareceu no horário. Ele falou por cerca de 30 minutos, mas a audiência durou duas horas e meia com a defesa dos outros dois suspeitos.
O juiz declarou sigilo ao depoimento de Macedo para evitar que acabasse vazando, como ocorreu em Itajaí, onde o bispo e empresário também responde a processo relativo à aquisição da rede de televisão local.
– O que posso dizer é que ele se declarou inocente – informou o magistrado.
Nos próximos dias, tanto a defesa como o Ministério Público Federal devem fazer suas considerações finais. O juiz deve dar a sentença até o final do ano.
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Depois do depoimento, Macedo foi até um templo da Igreja Universal localizada na rua General Osório. Lá ele apenas conversou com algumas pessoas.
O Diário Catarinense tentou contado com os advogados de defesa de Macedo, mas apenas conseguiu falar com o escritório de Arthur Lavigne, um dos defensores do bispo. A informação recebida foi de que o profissional já havia deixado o local. Não foi fornecido à reportagem o número do celular de Lavigne. O DC não conseguiu contato com os outros dois suspeitos nem com seus advogados.