O bispo de Joinville, dom Irineu Roque Scherer, compartilhou da mesma surpresa de fiéis durante o anúncio do cardeal Jorge Mario Bergoglio como o novo papa Francisco. Ele acompanhou a notícia pela TV aberta em sua casa, no bairro Guanabara, na zona Sul.
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Sem conhecimentos sobre o papa argentino, dom Irineu disse que fica satisfeito por se tratar de um latino-americano e feliz pela escolha do nome.
– Francisco de Assis é o santo que fez votos de pobreza, que beijou um leproso. Como o nome escolhido por um novo papa diz muito sobre sua atuação, acredito que ele imprimirá a humildade e a aproximação com o povo de que a igreja tanto precisa -, afirma.
Primo de dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo e um dos mais cotados a papa até então, dom Irineu confessa que tinha fortes expectativa no parente, mas que reconhece como “sinal da vontade de Deus” a escolha de Bergoglio. Para dom Irineu, o fato de a igreja na Argentina ser parecida com a do Brasil, mais viva e atuando do que na Europa, por exemplo, coloca a Igreja Católica em boas mãos.
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Uma das expectativas do bispo de Joinville é que o novo papa possa fazer sua primeira viagem internacional justamente ao Brasil, na Jornada Mundial da Juventude, que acontece em julho, no Rio de Janeiro.
Dom Irineu reconhece que o novo papa tem grandes pressões a enfrentar, como as polêmicas dentro da Igreja e o distanciamento dos fiéis em várias países. Para ele, a Igreja será levada a discutir questões como aceitação de casais separados, por exemplo, mas acredita que as posições contrárias a assuntos como aborto e casamento homossexual serão mantidas.
Confira a opinião de outros líderes religiosos de Joinville sobre a escolha do Papa:
Padre Ivanor Macieski
Confessou que foi pego de surpresa, mas disse estar emocionado por ser um latino-americano, que conhece a cultura e a religiosidade do povo brasileiro. Padre Ivanor também destacou a escolha do nome Francisco que, segundo ele, é um sinal profético de desapego, pobreza e amor à Jesus Cristo. Outro ponto positivo que o padre levantou foi a informalidade.
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– Já observei em seu pronunciamento que ele não será tão formal. E acho que temos de ser mais autênticos, mais acessíveis ao povo, sem muita cerimônia -, conclui.
Monsenhor Bertino
– Não acreditava que seria eleito um sul-americano, mas foi a melhor coisa que aconteceu. Temos a população católica mais expressiva do mundo -, avalia Bertino, assinalando que Francisco I tem carisma, é um homem simples e é disso que a Igreja precisa.
Ele destaca que Jorge Mario Bergoglio não tinha motorista particular, andava de ônibus e dormia em um quarto muito simples em Córdoba quando era arcebispo da Argentina. Para Bertino, em termos de pastoral vai ser um passo muito importante para a Igreja porque ele será um papa voltado para o povo, não para as elites.
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– Ele dará o exemplo.
Padre Fachini
A esperança é de que o novo papa levará em conta os anseios da América Latina e de que seja bem humano.
– Penso que, por ser jesuíta e pelo nome que escolheu, ele será muito sensível aos apelos da humanidade -, pontua.
Fachini só espera que Francisco I respeite mais a cultura e o rosto de cada Igreja.
– A Igreja tem que ter a cara de cada povo e não a cara romana -, explica.
Para ele, a relação deve ser de fraternidade e não de dependência.
– Não podemos aceitar que a Igreja de Roma seja a rainha. Ela tem de ser serva, dar liberdade e permitir autonomia para cada conferência episcopal.
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Pastor Tito Livio Lermen
A previsão de pastor Tito, consultor do Bom Jesus e Ielusc, assessor institucional da Católica de SC e membro do conselho estadual de educacao se confirmou. Ele havia dito que seria um latino-americano e acredita que a decisão foi sábia.
– Como cidadão latino-ameicano, fico feliz por terem escolhido um papa fora do eixo europeu e que tenha um olhar mais caridoso, mais voltado às necessidades espirituais da humanidade.
Para o pastor Tito, a escolha significa o início de uma reformulação que a Igreja fará no trato com as pessoas.
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– Acho que vai se tornar uma Igreja mais próxima do povo -, reforça.
Por ser o primeiro papa jesuíta, o pastor acredita que a educação no mundo só tem ganhar.