Apesar de a morte de uma pessoa de 104 anos não ser uma surpresa, havia, pelo menos da minha parte, uma forte negação. Como admitir que o arquiteto de palácios sem muros e pilares icônicos interrompesse a sua obra? Logo depois da divulgação da morte, ocorrida às 21h55min, por infecção respiratória, horário em que Oscar Niemeyer depôs sua lança, o bisneto Paulo Niemeyer, que trabalhava e continuará a trabalhar no detalhamento de projetos em andamento – como os dois em curso em Porto Alegre -, tentou falar, mas a emoção predominou naquele momento e o choro foi inevitável, quando ele estava no hospital, junto com a família.

Continua depois da publicidade

O arquiteto Hermes da Rosa, responsável pela execução do Memorial a Getúlio Vargas em São Borja e do Memorial a Luis Carlos Prestes, em construção na Zona Sul, com previsão de inauguração em março, e mais o Caminho da Cidadania, em homenagem a Jango, Getúlio e Brizola, fez um agradecimento a Niemeyer:

– Obrigado, arquiteto Niemeyer, por você ter existido, e que o arquiteto do universo o receba.