Ayrton Senna era um ser humano admirável, digno e que não tinha vergonha de ser brasileiro. É assim que Ernesto Rodrigues, biógrafo do piloto, o define.
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Trinta anos depois da morte de Senna, e vinte anos após o lançamento da biografia, o autor reeditou a obra e falou com o NSC Total sobre um dos maiores ídolos do esporte no Brasil.
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Em 2004, o jornalista, documentarista e escritor Ernesto Rodrigues lançou “Ayrton: o heroi revelado”. A biografia é considerada por muitos jornalistas esportivos como a mais completa sobre a vida do tricampeão mundial de Fórmula 1.
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No ano em que completam 30 anos da morte de Ayrton Senna, Ernesto Rodrigues resolveu relançar a biografia, com trechos inéditos e detalhes de bastidores das grandes façanhas do piloto.
A morte de Senna não só emocionou o mundo, mas também marcou profundamente todos os brasileiros, que assistiram incrédulos ao GP de San Marino, naquela manhã do domingo de 1º de maio de 1994.
— As circunstâncias trágicas de sua morte tiveram um impacto profundo. Ele pode ter sido a primeira grande personalidade mundial a morrer ao vivo na frente de milhões de telespectadores, o que é algo muito difícil de racionalizar — relembra.
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O Senna que o Brasil não conhecia
O Brasil sempre teve uma tradição de torcer por esportes coletivos, como o futebol, porém com Senna era diferente. Ele conseguiu se destacar como ídolo, mesmo em uma modalidade individual. Para o autor, o motivo é um conjunto de características que formavam a personalidade do piloto.
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— Senna se destacou em parte por uma tradição de pilotos brasileiros, mas o que realmente criou o culto em torno dele foram suas características únicas, que resistem até hoje. Mesmo 30 anos depois, incluindo tudo que Schumacher e outros conquistaram, Senna ainda é extremamente importante devido à sua bravura pessoal, seu talento e sua capacidade cognitiva de se adaptar à máquina e aos circuitos, além de um profissionalismo notável — analisa.
O autor ressalta que tudo que encontrou de surpreendente sobre Senna está no livro. Uma descoberta interessante foi a relação que ele tinha com o piloto do seu jato privado, um ex-piloto da Royal Air Force. Esse piloto compartilhou muitas histórias interessantes sobre como Ayrton lidava com a aviação.
— Ayrton era muito rigoroso, nunca fazia nada fora das regras. Há ótimas histórias dele no livro, incluindo uma experiência fascinante que ele insistiu em ter. Por exemplo, Ayrton foi convidado a voar em um caça supersônico F5 da Força Aérea Brasileira, e a maneira como ele reagiu a tudo que o piloto fez com ele foi impressionante. Eles realizaram manobras arriscadas perto de Angra dos Reis, na costa, e apesar de ter passado mal durante o voo, Ayrton adorou a experiência — conta.
Ernesto Rodrigues acredita que Senna, se estivesse vivo, teria um pensamento conservador, pois era algo que fazia parte da personalidade do piloto. Além disso, ele diz que quando Senna morreu, estava recomeçando uma vida afetiva que mexeu com ele de forma diferente. Adriane Galisteu era a namorada de Senna na época do acidente.
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Um substituto para Senna
Quando questionado sobre a existência ou não de um substituto para Ayrton Senna na Fórmula 1, o biógrafo responde que Lewis Hamilton, pelas características pessoais dele, se destaca como o mais próximo do brasileiro.
— Hamilton realmente está fora da curva, num bom sentido, sem trocadilho. É reconhecido por sua bravura pessoal, sua capacidade de reação e tudo que conquistou por sua competência. Ayrton Senna também.
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O herói revelado
A nova edição da biografia escrita por Ernesto Rodrigues chega recheada de conteúdos inéditos e entrevistas que aprofundam ainda mais a narrativa sobre a vida de um dos maiores pilotos de todos os tempos.
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— Ao reler o livro, percebi espaços onde poderia inserir novas informações. Assim, fiz cerca de 90 inserções, que ajudam a contextualizar tudo o que foi relevante sobre a Fórmula 1, Senna e o Brasil nos últimos 20 anos desde o lançamento do livro. Acredito que para quem já leu, o livro agora oferece um aprofundamento e enriquecimento da narrativa — aponta o autor.
A biografia, além de ser emocionante para quem viu Senna correr, é uma forma de quem não conheceu o piloto entender porque ele é considerado até hoje um dos maiores esportistas que o Brasil já teve.
— O livro é interessante tanto para quem já leu quanto para novos leitores, oferecendo uma visão ampliada e atualizada da vida de uma das figuras mais emblemáticas do esporte — conclui.
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*Pablo Brito é estagiário sob supervisão de Diogo Maçaneiro
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