O legado e a influência de Marília Mendonça na música brasileira são parte da primeira obra biográfica publicada desde a morte da cantora, em novembro do ano passado em uma trajédia aérea. O livro “Marília Mendonça, a Rainha da Sofrência – Biografia e Crítica” será lançado nesta sexta-feira (22), data em que a artista completaria 27 anos.
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Relembrando o início da carreira, o auge de Marília e a revolução no sertanejo, a biografia escrita pelo jornalista Bruno Ribeiro revela paixões da cantora, como a literatura.
A obra trata também do gosto pela escrita, evidenciado pelas composições musicais, que iniciou na infância. Um poema feito por Marília aos 7 anos para a mãe, dona Ruth, é um dos destaques da nova publicação.
— O que mais me chamou atenção é o amor dela pelos livros e pela literatura, e como isso influenciava o processo criativo dela. Tem um capítulo só sobre isso. Por exemplo, o autor preferido da Marília era o Bukowisk, ela tinha na estante uma biografia da pintora Frida Kahlo. Ela diz que começou a ler muito na infância porque era tímida, então se apegava aos livros, e nisso surge o poema que ela escreveu aos sete anos para a dona Ruth, um poema muito bonito — contou o autor.
O pequeno verso escrito pela cantora ainda pequena fala da relação dela com a mãe e afirma que “nem no infinito” o amor dela pela mãe terá “ponto final”.
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“Marília Mendonça, a Rainha da Sofrência – Biografia e Crítica” será lançado no perfil do Instagram do autor nesta sexta-feira (22) a noite. A obra conta com 15 capítulos e 270 páginas, e ainda cataloga as 331 composições registradas pela cantora. O autor ainda apresenta comentários sobre as letras ao longo do livro.
Encanto por Marília
Bruno Ribeiro é letrista de samba, crítico musical e trabalhou como jornalista área de cultura durante dez anos. Apesar de nunca ter sido tão ligado ao sertanejo, o jornalista sempre foi fã da música romântica do Brasil. Ele diz que se encantou pela autenticidade de Marília e pela forma que ela conseguia sintetizar o sentimento do povo brasileiro em suas composições.
O autor chegou a ter um encontro a compositora, em 2016, durante uma entrevista para o lançamento do primeiro disco dela.
— Quando ela morre, eu fiquei muito abalado e me questionei porque eu tinha ficado tão abalado com a perda de alguém que não fazia parte da minha bolha musical. E eu concluí que ela era uma de nós. Ela era essencialmente popular e sintetiza tudo aquilo que somos — afirmou Ribeiro.
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Após a trajédia que resultou na morte da artista, ele decidiu escrever um texto, como um perfil biográfico. No entanto, a pesquisa se mostrou tão rica que ele percebeu que aquilo poderia ser transformado em livro.
Depois, foi um mergulho na imprensa escrita, internet, programas de TV, rádios e nas redes sociais da cantora para compor a biografia. O jornalista também fez algumas entrevista com fãs e pessoas que conheciam a cantora.
Revolução no sertanejo
Marília Mendonça é reconhecida dentro da música sertaneja por ter comandado uma das revoluções mais importantes da história do segmento. Cantar sobre amor e relacionamentos do ponto de vista feminino de uma forma tão universal nunca havia acontecido.
A cantora fez o gênero ganhar outras perspectivas e abriu o caminho para que mais mulheres se tornassem protagonistas dentro do sertanejo. Essa mudança gerou o movimento conhecido nacionalmente como “feminejo”.
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Com informações de g1
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