O asfalto está novinho, os pontos de ônibus instalados são novos e parte da sinalização horizontal já ficou pronta, mas o trânsito que envolve a rua Tenente Antônio João e a avenida Santos Dumont, na zona Norte de Joinville, deve demorar pelo menos mais 20 dias para se transformar em binário.
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A alteração no trânsito, que é discutida há pelo menos seis anos e que motivou inúmeros protestos de moradores e comerciantes, vai ocorrer quando estiverem concluídas as obras previstas na Santos Dumont, perto do trevo com a Dona Francisca, Dr. João Colin e Blumenau.
A ligação de adutoras na esquina da Santos Dumont com a Arno Valdemar Döhler, executada pela Cia. Águas de Joinville, também é um dos últimos passos para a mudança.
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– Na Tenente Antônio João, toda a parte de infraestrutura está pronta. Mas falta finalizar a parte da sinalização, que é a que vai deixar a via em mão única. Só podemos dar esse último passo quando for possível fazer a sinalização na Santos Dumont, senão teremos duas vias com o sentido Centro/Norte – diz o presidente da Fundação instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj), Vladimir Constante.
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Segundo ele, a expectativa é de que os trabalhos durem pelo menos mais 20 dias, especialmente perto do trevo da Santos Dumont com a Dona Francisca, João Colin e Blumenau. A Prefeitura não trabalha com um prazo ou uma data específica para a mudança no trânsito, mas espera que a alteração ocorra no fim de setembro ou no início de outubro.
Desde 2015, quando foi apresentado o projeto do binário, a Prefeitura tem enfatizado que o principal propósito de implantação do sistema é o ganho que se terá com a mobilidade e a automática criação de condições favoráveis ao desenvolvimento econômico da região. O projeto prevê o fluxo de veículos no sentido Centro-bairro pela Tenente Antônio João e bairro-Centro pela avenida Santos Dumont.
A mudança não tem, neste momento, nenhuma relação com a duplicação da Santos Dumont, iniciada há três anos. Nas próximas semanas, o Ippuj vai detalhar as alterações que podem ocorrer nas vias que ligam os dois eixos.
Itinerário dos ônibus também vai mudar
Uma das preocupações com a alteração do trânsito no binário é o transporte coletivo. Hoje, praticamente todos os ônibus que saem do terminal Norte em direção aos bairros e às universidades da zona Norte passam pela Tenente Antônio João na volta para o terminal. Isso significa que os usuários que querem se deslocar para o Centro entram no ônibus na volta do itinerário dos ônibus.
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Com o binário, todas as linhas que passam pela Tenente Antônio João de volta ao terminal irão fazer o trajeto pela Santos Dumont.
Morador do bairro Bom Retiro há pelo menos duas décadas, o aposentado Mário Laskosky – assim como boa parte dos comerciantes da região – era contrário à implantação do binário. Porém, nos últimos meses, ele disse ter entendido que não há uma solução melhor.
– O movimento aqui está muito intenso. São milhares de carros indo e vindo. Algum comerciante vai ter prejuízo, mas isso faz parte do crescimento da cidade. Em outras regiões de Joinville, quando implantaram os binários, deu problema no começo, mas depois todo mundo se acostumou e o trânsito melhorou. Acho que aqui vai melhorar também – ressalta.
A maior preocupação de Laskosky é com o tempo que as pessoas que vão para o Centro de ônibus perderão com a volta do ônibus até o trevo que dá acesso às universidades.
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– As pessoas terão de sair um pouco mais cedo de casa, ver melhor os horários, mas isso faz parte – diz Laskosky.
Para compensar a mudança no itinerário das linhas de ônibus, o Ippuj já fez um estudo para a criação de uma nova linha.
– Percebemos que havia uma dificuldade. Por isso já foi criada uma linha específica, uma circular, que provavelmente vai se chamar Circular Norte. Essa linha vai fazer apenas o trajeto do binário. Sobe pela Tenente Antônio João e volta pela Santos Dumont. Vai ser uma linha bem rápida, basicamente para quem mora no Bom Retiro, nas ruas ao lado do morro, que são ruas compridas e seria um problema para essas pessoas se deslocarem até a Santos Dumont – informa Vladimir Constante, presidente do Ippuj.