Bilhetes distribuídos em caixas de correio de moradores de Florianópolis divulgam notícias falsas sobre vacinas contra Covid-19 e convidam as pessoas a participarem de grupos na internet em que são divulgados conteúdos inverídicos sobre a vacinação.
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Um a cada quatro adultos tomou a dose de reforço contra a Covid-19 em SC
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Uma das pessoas que recebeu esses bilhetes foi a professora auxiliar de sala Carla Gonçaves de Barbosa. Ela conta que foi até a caixa de correio para recolher as mensagens, que acreditava se tratar de propaganda, quando se deparou com o recado negacionista.
– Ao abrir o panfleto, falava ‘o que você precisa saber sobre vacina’. Fui ler com interesse, acreditando que se tratava de algum conteúdo importante. E percebi que era conteúdo antivacina – conta a professora.
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Os bilhetes convidam as pessoas a entrarem em grupos de uma rede social para buscar informações sobre vacinas. Mas os conteúdos compartilhados nos canais divulgados são quase todos contrários à aplicação dos imunizantes contra Covid e com informações falsas sobre a segurança das doses.
A NSC TV conferiu parte das mensagens divulgadas nos grupos e identificou que o conteúdo é quase todo questionando a aplicação das vacinas. Em uma das publicações, um vídeo de uma criança passando mal é compartilhado com uma legenda que sugere falsamente que seria um efeito da vacinação, sem qualquer fonte ou comprovação.
A professora que recebeu o bilhete não escondeu a insatisfação com a mensagem que recebeu
– Fiquei extremamente indignada porque eu acredito que as vacinas salvam vidas, sim, que elas são importantes. Os números comprovam isso – afirma.
Segundo especialistas em comunicação, a disseminação de conteúdos falsos, como ocorre durante a pandemia com desinformação sobre a vacina, por exemplo, exige das pessoas uma iniciativa maior de checagem das informações que recebe.
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Nos casos em que as informações falsas não apenas não são checadas, como são levadas adiante ou compartilhadas com grande número de pessoas, o advogado Bernardo Lajus dos Santos explica que as pessoas podem ser responsabilizadas.
– A depender do teor da notícia compartilhada e da intenção do agente, isso pode trazer consequências no âmbito civil e também pode configurar uma contravenção penal, prevista no artigo 41 da Lei das Contravenções Penais, que é uma infração penal de menor potencial ofensivo, mas que exige, sim, apuração por parte do Ministério Público, das autoridades competentes para investigação – detalha.
A reportagem da NSC fez contato com Polícia Militar, Polícia Civil e Ministério Público de Santa Catarina para questionar se há algum procedimento aberto sobre os bilhetes com informações falsas sobre vacina, mas não havia tido retorno até a publicação desta reportagem.
Ministério da Saúde diz que não há dados para adotar quarta dose de vacina contra Covid
Vacinação reduz em até 47 vezes a taxa de óbitos por Covid em SC
Ao contrário do que podem sugerir as notícias falsas compartilhadas em grupos de redes sociais, a vacinação é fundamental para prevenir casos graves e complicações da Covid-19. Um estudo da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) feito com dados de novembro de 2021 a janeiro deste ano e divulgado na semana passada apontou que a taxa de mortes por Covid em idosos não vacinados ou com vacinação incompleta foi 47 vezes maior do que naqueles que já receberam a dose de reforço.
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Entre os adultos, a taxa de óbitos entre os não vacinados ou com vacinação incompleta foi 39 vezes maior do que no grupo de pessoas que receberam dose de reforço.
* Com informações de Juan Todescatt, da NSC TV
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