Teste de mobilidade em Florianópolis Para fazer o teste de mobilidade em um dos percursos mais críticos da Grande Florianópolis, a equipe de reportagem do Diário Catarinense saiu da Estação Palhoça e foi até o Terminal de Integração do Centro (Ticen), em Florianópolis, em uma manhã de quarta-feira. O trajeto foi feito utilizando três meios de transporte: ônibus, carro e bicicleta, comparando os percursos e o tempo de deslocamento no final. Confira no vídeo (atualizado às 11h32min): Mobilidade é item pior avaliado por moradores de Florianópolis Com o crescimento das áreas urbanas e do número de carros circulando no Brasil, o ato de se deslocar entre dois lugares se tornou uma questão complexa e muitas vezes difícil de solucionar – um quadro do qual Florianópolis não escapa: a pesquisa Indicadores de Qualidade de Vida, encomendada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina mostrou mobilidade urbana é o item pior avaliado na Capital. Com uma nota geral de 2,3 em uma régua onde 5 equivale a ótimo, Florianópolis também teve o pior desempenho na comparação com Blumenau, Chapecó, Joinville e Tubarão. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Mapa com moradores dessas cinco cidades catarinenses. Outro dado alarmante é o subaproveitamento do transporte coletivo, com apenas 32% dos entrevistados se declarando usuários frequentes de ônibus em Florianópolis, número também inferior aos outros quatro municípios. – Uma das características que interfere é a geografia. Não há um volume de opções para ampliar o sistema viário, então a única saída é criar áreas como a Beira-mar. Outra questão é a falta de uso do sistema marítimo e também a condição atual do transporte coletivo, que não se aproxima das vantagens que o usuário obtém com o transporte individual. Falta por fim conscientização, para que a população alterne o veículo próprio com um transporte alternativo – enumera o doutor em Engenharia de Transportes José Lélis de Souza. SC tem maior índice de propriedade de carros Nacionalmente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada divulgou um comunicado sobre os indicadores da mobilidade urbana com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2012. A conclusão do IPEA é de que tanto a taxa de motorização (posse de automóvel ou motocicleta) quanto o tempo gasto nos deslocamentos estão crescendo no país. Na comparação por Estado, Santa Catarina tem o maior índice de propriedade de carros de todo o Brasil, atingindo 68,7% dos domicílios – em segundo lugar está o Distrito Federal com 61,7%. – Nós aqui temos uma questão educativa em que o carro é associado ao status e à sensação de liberdade. Nossa principal medida para combater os congestionamentos dos horários de pico virá com a aprovação do Plano Diretor e a criação de novas centralizações, para que as pessoas não precisem se deslocar entre municípios da Região Metropolitana e Florianópolis para trabalhar – defende o Secretário de Mobilidade Urbana de Florianópolis, Valmir Piacentini.
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