O caminho para chegar ao Big Mountain Adventure Park, entre Rodeio e Benedito Novo, é íngreme. As estradas de chão são estreitas e a paisagem muda a todo minuto. Quem percorre a distância que liga o centro de Rodeio ao parque é presenteado pela arquitetura com influências italianas e acompanhado pelas estátuas brancas que integram o Caminho dos Anjos e indicam o trajeto a ser percorrido.

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O que deixa o cenário do parque mais atraente é o fato de a montanha situada em Rodeio ser utilizada como ponto de lançamento. Dos 900 metros de altitude é possível observar, além da própria Rodeio, as cidades de Ascurra, Apiúna e até mesmo Blumenau. Quem tem o conhecimento necessário para erguer a estrutura de salto é o construtor de tirolesas e paraquedista Sandro Marcos da Silva, 43 anos.

A primeira tirolesa ele construiu ainda no Esquadrão Paraquedista, em 1987. Desde então, já foram dezenas instaladas em todas as regiões do Brasil, além da construção de parques de aventura com escalada e arvorismo, atividades que envolvem aventura e contemplação da natureza.

É com orgulho que Sandro cita a construção da que foi a maior tirolesa do Brasil, em Pedra Bela (SP), com 1.760 metros, e a segunda maior de Santa Catarina, em Itá, com 1.176 metros. Hoje, a tirolesa cuja instalação supervisionou no Vale do Itajaí, no Big Mountain Adventure Park, é a maior do país e do continente americano, afirma. Com dois quilômetros, ela foi batizada de K2000 em homenagem à K2, a segunda maior montanha do mundo.

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Em todo o projeto foram gastos mais de R$ 500 mil. Pelo difícil acesso à rampa de lançamento, um helicóperto foi usado para a instalação do cabo. Entre a ideia inicial da tirolesa e a sua inauguração, em novembro, cinco anos se passaram.

Riscos

Foi quando seu pai segurou uma grande aranha na mão que Sandro percebeu, ainda criança, que era possível a convivência saudável entre homem e natureza. Seu pai era militar e se tornou uma importante influência para que Sandro aderisse a uma vida de aventuras, que começou com o escoteirismo.

Mais tarde, Sandro participou do Esquadrão Paraquedista de Resgate e Salvamento em Blumenau e foi também militar nas Forças Armadas.

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Em meio a tantas experiências, escapou da morte algumas vezes. Uma delas, talvez a mais grave, tenha sido na escalada ao Dedo de Deus, pico de 1.692 metros em Teresópolis, no Rio de Janeiro.

– No topo da montanha o nosso guia desmaiou e tivemos que resgatá-lo até lá embaixo. Tudo isso com tempestade e temperaturas muito baixas – relata.

Naquele momento, ele temeu não só pela sua vida mas também pela dos seus companheiros e a do guia, que precisou ser carregado.

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– Estávamos dentro da tempestade, os raios caindo ao nosso redor e nós apenas de bermuda e camiseta, ainda tendo que resgatar um companheiro.

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