O som que animava a Bierville na tarde de sua abertura não fazia muito sentido para Edela Herrmann, 69 anos, ainda que ela entendesse a animação de quem dançava em frente ao palco do complexo Expoville. Com os instrumentos, estava a banda Uhul, estreando na festa joinvilense que chegou à sua segunda edição ontem, com programação até sábado.
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E, entre os espectadores mais empolgados, Amanda Schramm, 21 anos. O contraste entre as duas gerações explica-se no repertório do sexteto: trajados com as tradicionais roupas alemãs, os músicos distanciam-se dos padrões das bandinhas que costumam tocar em festas típicas ao misturar rock n? roll com marchinhas germânicas.
– É mesmo a modernização das músicas – ria Edela, também com trajes típicos alemães, mas por outro objetivo: ela faz parte do Grupo Folclórico Windmühle, que participa da Bierville fazendo apresentações de dança folclórica e com um estande de brinquedos e jogos alemães antigos.
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Edela também se apresentou na tarde de abertura do evento, provando que a nova festa de outubro de Joinville tem espaço para todas as idades e estilos.
– Não ter uma festa típica em Joinville seria um desperdício – comentou ela. – É fundamental ensinar as crianças a gostar da cultura de seus antepassados desde cedo. Assim, ela fará parte da pessoa, como as mãos e os pés.
A manutenção da tradição germânica permanece em crianças como Anita Kiesewetter Bertoldi, nove anos, e Sophie Gaedke Schulze, oito anos. Descendentes de austríacos e alemães, respectivamente, as meninas também fazem parte do Windmühle, onde aprendem a dança folclórica. É uma forma de não perder o contato com as raízes, afirma Karine Kiesewetter, mãe de Anita.
No caso da jovem Amanda, citada no início da matéria, a Bierville é um dos lugares para manter este laço com o passado – e a participação de bandas como a Uhul é fundamental para isso.
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– Eu gosto do clima da festa, e da cerveja, claro. Mas acompanho a Uhul já faz algum tempo e acho importante que ela esteja na festa para atrair um pessoal que não viria por outros motivos, e apresentá-la ao público que ainda não conhecia – afirma Amanda.
No ano passado, a agenda da banda Uhul não fechou com a da primeira edição da Bierville. Quando outubro começou, o grupo já tinha 22 shows marcados pelas festas de Santa Catarina e em outros lugares do Brasil. Em 2016, com a consolidação da festa, eles finalmente tocam na festa da terra natal.
– Joinville sempre teve tradição cervejeira, por isso é importante ter uma festa local – avalia o baixista Tiago Fachini – Estamos sendo chamados para tocar em São Paulo, no Ceará, e as pessoas estão conhecendo a cultura do Sul e como ela pode ser divertida – diz.
A 2ª Bierville ocorre até sábado com bandas típicas todas as noites, culinária germânica, apresentações folclóricas, jogos tradicionais e cerca de 200 rótulos de cervejas artesanais. A expectativa da organização é de que cerca de 20 mil pessoas passem pela Expoville durante os dias de festa.
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PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira
19h – Banda do Barril
22h – Banda Society
Sexta-feira
19h – Banda do Barril
22h – Os Montanari
Sábado
17h – Banda Society
20h – Original Donauschwaben Musikanten
23h – Die Tal Buben
AGENDE-SE
O QUÊ: 2ª Bierville.
QUANDO: nesta quinta-feira, das 19h à 1h; sexta, das 19h às 2h; e sábado, das 17h às 2h.
ONDE: complexo Expoville, rua 15 de Novembro, 4.315, Glória.
QUANTO: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia). Estacionamento a R$ 12.
INFORMAÇÕES: www.bierville.com