Entre os dias 12 e 15 de outubro, Joinville entra no clima das festas germânicas de Pelos quatro cantos de Santa Catarina, estes dias são de dançar, cantar, festejar as heranças europeias, comer pratos típicos e, claro, beber muita cerveja.
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Joinville, que por um bom tempo ficou fora do roteiro das “oktoberfests”, celebra o fato de ter, pelo segundo ano consecutivo, um grande evento cervejeiro para chamar de seu. Ainda que apoiada em um crescimento gradativo, a Bierville começa nesta quarta-feira e vai até sábado em busca de afirmação na agenda dos festejos de outubro, principalmente entre os joinvilenses, seu público-alvo.
Para isso, reforçou pilares, como as tradições germânicas, e apostou alto na gastronomia e no seu maior chamariz: a oferta de cervejas. Para curiosos, especialistas e tomadores de plantão, são quase 200 rótulos artesanais à disposição.
Anos depois do fim da Fenachopp e de algumas tentativas frustradas de recolocar Joinville no mapa das festas do mês, a Bierville chegou em 2015 com a fórmula tradicional baile-comida-cerveja.
Apesar de satisfazer o público que compareceu, o evento também sofreu críticas quanto à falta de opções gastronômicas e etílicas e no preço cobrado pelo estacionamento da Expoville. Além disso, a expectativa de receber 50 mil pessoas nos quatro dias de festas passou longe de se confirmar. O jeito foi corrigir a rota.
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Novamente instaladas no complexo da Expoville, as atividades da segunda edição da Bierville são reflexo de uma pesquisa realizada ao final da festa de estreia. Quem for, irá se deparar com bandas típicas todas as noites; uma variedade maior de pratos da culinária germânica; apresentações folclóricas; jogos tradicionais entre os descendentes de alemães; e, como maior atrativo, cerca de 200 rótulos de cervejas artesanais, resultado de uma “onda” que ganhou força no ramo do entretenimento da cidade de uns anos para cá.
Nesse setor, a Bierville foi antecedida por um concurso de cerveja para estimular os cervejeiros caseiros a criarem novidades. Quase todas as 120 vagas foram preenchidas e a receita vencedora será produzida pela Opa Bier.
Confira a seguir uma entrevista com Norberto Mette, diretor da Sol Feiras e Eventos, organizadora da festa (e ex-presidente do Parque Vila Germânica e ex-secretário de Turismo de Blumenau). Ele fala sobre as mudanças realizadas na Bierville, o que ainda pode ser melhorado nela e o que pode ser feito para sacramentá-la na preferência dos joinvilenses.
Pamela Kath será o rosto a representar a segunda edição da Bierville
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“Estamos realizando uma festa alemã”
A Notícia – Em sua primeira edição, foi dito que a Bierville começaria modesta. Neste segundo ano, a festa cresce?
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Norberto Mette – Planejamos um crescimento gradativo, com novidades a cada edição. Desta forma, estamos trabalhando com a expectativa de público de 20 mil pessoas. Como novidade, a introdução das cervejas artesanais, em torno de 200 rótulos.
AN – Em 2015, se falou da falta de opções de cervejas e comida, do preço do estacionamento e da ausência de trajes típicos…
Mette – Quanto à cerveja, fica resolvido com a introdução das artesanais. Também revisamos o cardápio gastronômico, com a introdução de bufê típico e outras novidades. O preço do estacionamento – que é praticado diretamente pela administração da Expoville e custou R$ 15 no ano passado – foi reduzido para R$ 12. A questão do traje típico é um pouco mais complicada, porque exige o estabelecimento de critérios na indumentária, o que não é fácil, em função da grande diversidade que existe atualmente. Mas estamos criando algumas ações para estimular o uso do traje e vamos intensificá-las a partir do próximo ano. A gratuidade para o traje típico na Oktoberfest de Blumenau foi criada por mim em 1995. Na nova administração, a partir de 2013, se resolveu cobrar meio-ingresso.
AN – A expectativa de público ficou abaixo do esperado em 2015. Neste ano, quantas pessoas são esperadas?
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Mette – Nossa expectativa de público para 2015 foi baseada em informações e perspectivas amplamente discutidas com a administração pública e com outros setores institucionais da cidade. No entanto, verificamos, logo de início, que os números estabelecidos não eram realizados. Assim, revisamos nossas metas e estabelecemos, para este ano, um objetivo de 20 mil pessoas.
AN – Como chegaram a esse grande número de cervejas?
Mette – Fui o criador do Festival Brasileiro da Cerveja, que acontece todos anos, em março, em Blumenau, e que atualmente é o maior evento do gênero na América do Sul. Além disso, realizamos vários outros eventos de cerveja durante o ano, como o Festival de Botecos e o Beerweek. Isso nos proporciona bom relacionamento e credibilidade junto às cervejarias de todo o País. Infelizmente, o evento Mondial de La Biere, que acontece no Rio de Janeiro e até o ano passado era realizado em novembro, foi antecipado para outubro, na mesma data da Bierville. Assim, teremos a participação de 30 cervejarias, ao invés das 50 que pretendíamos.
AN – Quanto à cultura germânica, qual é o peso dela na festa?
Mette – Entendo que a preocupação com a manutenção da cultura germânica é fundamental para o sucesso das festas de outubro. No caso da Bierville, estamos realizando uma festa alemã, com danças, música alemã, gastronomia típica e, naturalmente, cervejas.
AN – Blumenau e Jaraguá, por exemplo, conseguem envolver a cidade toda em suas festas. Pensa-se algo assim para Joinville, futuramente?
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Mette – Sem dúvida, mas o processo é gradativo, passando pela consolidação do evento, credibilidade na organização e conquista da opinião pública.
AN – Que caminho a Bierville tem que fazer para se posicionar entre as maiores festas de outubro?
Mette – Trabalho persistente, novidades a cada ano e, fundamentalmente, patrocínio e apoio por parte da comunidade.
AN – Como fazer para que o joinvilense abrace de vez a Bierville?
Mette – Esse processo é lento. Sinceramente, fiquei preocupado, no ano passado, com as inúmeras opiniões pessimistas que ouvi na cidade. Gradativamente, e com persistência, devemos superá-las.
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Programação
Nesta quarta-feira
12h – Banda XV Show
15h30min – Banda Uhul
18h – Banda Os Montanari
21h30min – Banda Manchester
Quinta-feira
19h – Banda do Barril
22h – Banda Society
Sexta-feira
19h – Banda do Barril
22h – Os Montanari
Sábado
17h – Banda Society
20h – Original Donauschwaben Musikanten
23h – Die Tal Buben
Jogos recuperam tradição germânica
Muito se fala no ritmo acelerado com que as novas gerações mostram desinteresse pelas tradições de seus antepassados, e não é diferente com as germânicas. Uma tentativa de reduzir essa velocidade, nem que por alguns minutos, foi feita no ano passado e está de volta na segunda edição da Bierville.
Trata-se um espaço para jogos e brincadeiras tipicamente alemães, alguns criados há centenas de anos na Europa, pouco ou nada praticados hoje em dia, como o Tischkegeln (bolão de mesa); Tischkegeln mit stock (bolão de mesa com taco); Pendalkegeln (bolão de pêndulo); Leitergolf (golfe de escada); Vogelpicken (pássaro marcador); e Fingerhakeln (guerra de dedos).
– Algumas brincadeiras ainda são preservadas em festas, mas, no geral, é uma cultura que está se perdendo. No ano que vem, queremos trazer mais algumas – explica Willian Huch, integrante do grupo folclórico Windmühle, que organiza os jogos (e também as apresentações de dança).
Segundo ele, foi realizada uma pesquisa minuciosa para reproduzir os jogos na Bierville, e que todos os materiais utilizados – como tacos, pinos, peões e anéis de couro – foram feitos na cidade, sob encomenda. Por isso, o valor de R$ 2,50 cobrado para a participação na brincadeira servirá, basicamente, para pagar o investimento do grupo. Quem atingir determinada pontuação ganhará brindes.
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Banda Uhul injeta rock no baile germânico
“A banda mais divertida do mundo”, anuncia o site oficial da Uhul, sexteto joinvilense que será uma das atrações do primeiro dia da Bierville. Apesar da autopromoção exagerada, o grupo tem animado festas cervejeiras pelo Brasil afora, do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro.
Neste ano, ele espera chegar aos 60 shows realizados. E se engana quem pensa que eles se concentram em outubro.
– Temos duas boas épocas: de fevereiro a abril, por causa do St. Patrick?s Day, quando tocamos principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; e de setembro a novembro, por causa das festas de outubro, quando tocamos por tudo, principalmente no Sul – confirma o baixista Tiago Fachini.
Neste mês, a Uhul tem nove apresentações na agenda, sendo três na Oktoberfest de Blumenau. A da Bierville será a estreia da banda em uma festa da cerveja realizada “em casa”. E quem nunca viu os rapazes ao vivo deve se preparar para uma boa surpresa, que é o sotaque típico das marchinhas germânicas tocado com o peso e a velocidade do rock, regado a letras que falam exclusivamente de festa e cerveja.
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No show desta noite, o grupo focará nas composições de seus dois últimos discos e nas cinco faixas de O Som do Opa, miniálbum que será lançado neste mês, além dos clássicos obrigatórios das “oktoberfests”. Mas tocados com gana roqueira, claro.
AGENDE-SE
O quê: 2ª Bierville.
Quando: nesta quarta-feira, das 11 horas à 1 hora; quinta, das 19 horas à 1 hora; sexta, das 19 horas às 2 horas; e sábado, das 17 horas às 2 horas.
Onde: Complexo Expoville, rua 15 de Novembro, 4.315, Glória.
Quanto: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia).
Informações: www.bierville.com.