Por mais que se questione o modelo das Bienais de Arte, são essas mostras exatamente que marcam o calendário cultural para os interessados na produção artística contemporânea. As mostras se espalham pelo mundo, são centenas – algumas com mais alcance, outras com menos -, mas setembro torna-se agora um mês privilegiado em se tratando desse tipo de mostra. Quatro exposições de peso serão inauguradas, em sequência, em apenas duas semanas. Mais do que isso, há a confluência de elas colocarem em grande destaque a arte brasileira e latino-americana, não apenas no Brasil, como no exterior.
Continua depois da publicidade
A rodada começa esta sexta-feira, quando ocorre a cerimônia oficial de abertura da 8.ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre. Logo em seguida, no dia 15, é inaugurada a 11.ª Biennale de Lyon, na França, que tem entre seus participantes a presença de obras de criadores brasileiros como Arthur Bispo do Rosário, Lucia Koch, Jarbas Lopes e Lenora de Barros. Depois, no dia 17, abrem-se para o público a 12.ª Bienal de Istambul, na Turquia, desta vez, com curadoria-geral do brasileiro Adriano Pedrosa; e a 6.ª VentoSul – Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba, no Paraná. Cada uma das mostras tem perfil, projeto e tema específicos e o Estado detalha, nesta página, um pouco dessas exposições.
Se a Bienal de Veneza, a mais tradicional de todas, chegou ao impasse de se tornar “conservadora” e “eurocêntrica”, como dizem muitos de seus críticos, as grandes mostras têm enfrentado o desafio de firmarem sua relevância com projetos curatoriais mais ousados ou autorais. A mesma Bienal de Veneza, em sua 54.ª edição, este ano não tem nenhum artista brasileiro em sua mostra principal – o que foi uma surpresa para muitos -, mas as Bienais que se iniciam agora cobrem essa lacuna.