O presidente norte-americano Joe Biden disse nesta sexta-feira (1º) que os Estados Unidos vão usar aviões para lançar ajuda humanitária na Faixa de Gaza nos próximos dias. O anúncio vem na esteira da ação israelense que resultou na morte de ao menos 100 palestinos que aguardavam em uma fila a chegada de ajuda humanitária na região. As informações são do g1.

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— Pessoas inocentes foram pegas em uma guerra terrível, incapazes de alimentar suas famílias, e você viu a resposta quando tentaram obter ajuda. Precisamos fazer mais. Os Estados Unidos vão se unir aos nossos amigos da Jordânia e outros para fornecer lançamentos aéreos de suprimentos para Gaza e buscar abrir outras vias de ajuda humanitária, incluindo a possibilidade de um corredor marítimo — disse Biden, em anúncio no Salão Oval da Casa Branca.

O grupo terrorista Hamas acusa Israel de matar dezenas de pessoas que aguardavam a chegada de um comboio de caminhões com ajuda humanitária na Cidade de Gaza nessa quinta-feira (29). As autoridades israelenses reconheceram que as Forças de Defesa de Israel (IDF) atiraram contra palestinos, mas que só fizeram isso depois que uma multidão se aproximou de forma ameaçadora.

O caso gerou uma grande repercussão internacional, inclusive uma reunião de emergência a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU, em que os EUA vetaram uma declaração do Conselho que culparia Israel pelas mortes.

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Governo brasileiro se pronuncia

Nesta sexta-feira (1º), Lula acusou Israel de “punição coletiva” na Faixa de Gaza. Em viagem a São Vicente e Granadinas para a Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o presidente propôs uma moção do grupo pelo “fim imediato do genocídio”.

— A tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino. As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante — disse Lula.

Lula também pediu aos cinco países que são membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas que “deixem de lado as diferenças e ponham fim a essa matança”. O brasileiro é crítico do poder de veto — usado pelos Estados Unidos, principal aliado de Israel, para vetar pedidos por cessar-fogo em Gaza.

Mais cedo, nesta sexta (1º), o Ministério das Relações Exteriores classificou como “massacre” a ação israelense na Faixa de Gaza. A nota do Itamaraty também diz que o governo de Benjamin Netanyahu não tem limites éticos ou legais.

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“O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, afirma a nota. O Itamaraty diz que “a humanidade está falhando com os civis de Gaza”, e afirma que é “hora de evitar novos massacres”.

A nota afirma que mais de 30 mil palestinos já foram mortos, sendo 12 mil crianças, e que mais de 1,7 milhão de pessoas foram deslocadas forçadamente. “O Brasil reitera a absoluta urgência de um cessar-fogo e do efetivo ingresso em Gaza de ajuda humanitária em quantidades adequadas, bem como a libertação de todos os reféns”, diz o Itamaraty.

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