O funcionário público Roberto Müller, 56 anos, sai para um simples passeio — e para comprar biscoitos sem glúten para sua mãe. O destino é a feirinha da praça Governador Celso Ramos, no centro de Florianópolis. Os poucos metros que pedala da sua casa à feira se transformam em um verdadeiro evento. A quantidade de pessoas que o faz parar para bater fotos ou conversar sobre a Centrum de 1948 e as lembranças da época é impressionante.
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Müller parece desfilar, e não só pedalar. O conforto da bicicleta é evidente até em sua postura. Durante os poucos minutos que conversamos, dezenas de pessoas davam os parabéns para o feliz e orgulhoso dono do veículo. Convites para exposições e até propostas de venda são feitas — todas analisadas com carinho, segundo ele. Mas a venda está fora de cogitação.
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— Muitos me perguntam o valor. Eu respondo ser inestimável. Não tem como dar esse valor para algo que amamos demais — diz o funcionário público.
Müller adquiriu a preciosidade (a bicicleta ainda sem nome, aliás, podia se chamar Preciosa) em 2012, em Joinville, na filial da Hoepcke. Estava toda enferrujada e pintada de outra cor. A bicicleta sueca foi totalmente restaurada, respeitando toda a originalidade. Cada peça apresenta um detalhe curioso.
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— A pintura respeitou a original. Este modelo tem quatro cores, mas claro que eu me puxei para a pintura que fica mais próxima da cor do meu time do coração, o Avaí. Algumas peças eu consegui durante algumas viagens que fiz pela Europa — explica Müller a um homem, que parece não acreditar no que estava vendo.