O Camponesa/Minas Tênis Clube derrotou o Sesi-SP, na noite da ultima terça-feira, por três a um, em Belo Horizonte, e conquistou uma importante vitória na Superliga Feminina de Vôlei. Porém, o que acabou chamando atenção no jogo foi a retirada de um torcedor do ginásio, por ofensas racistas à central Fabiana Claudino, do time paulista, que é também capitã da seleção brasileira feminina de vôlei. O caso foi relatado pela própria atleta nas suas redes sociais. As informações são do repórter André Silva, da Rádio Gaúcha.
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Leia o relato de Fabiana Claudino em sua página no Facebook:
Vivenciar isso é difícil e duro! Vivenciar isso na minha terra, torna tudo pior! Ontem durante o jogo contra o Minas, um senhor disparava uma metralhadora de insultos racistas em minha direção. Era macaca quer banana, macaca joga banana, entre outras ofensas. Esse tipo de ignorância me atingiu especialmente, porque meus familiares estavam assistindo a partida. Ele foi prontamente retirado do ginásio pela direção do Minas Tênis Clube e encaminhado à delegacia. Agradeço a atitude do Minas, em não ser conivente com esse absurdo. Clube este, onde comecei a minha história e onde até hoje tenho pessoas queridas. Refleti muito sobre divulgar ou não, mas penso que falar sobre o racismo ajuda a colocar em discussão o mundo em que vivemos e queremos para nossos filhos. Eu não preciso ser respeitada por ser bicampeã olímpica ou por títulos que conquistei, isso é besteira! Eu exijo respeito por ser Fabiana Marcelino Claudino, cidadã, um ser humano. A realidade me mostra que não fui a primeira e nem serei a última a sofrer atos racistas, mas jamais poderia me omitir. Não cabe mais tolerarmos preconceitos em pleno século XXI. A esse senhor, lamento profundamente que ache que as chicotadas que nossos antepassados levaram há séculos, não serviriam hoje para que nunca mais um negro se subjugue à mão pesada de qualquer outra cor de pele. Basta de ódio! Chega de intolerância!
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Esta é a terceira vez que a Superliga registra caso de preconceito. Em 2011, o meio de rede Michael, do Vôlei Futuro, de Araçatuba, foi alvo de insultos homofóbicos de torcedores do Sada Cruzeiro. Já no ano seguinte, o oposto cruzeirense Wallace de Souza foi chamado de “macaco” por uma torcedora, no ginásio do Minas Tênis Clube.