A Barca dos Livros vai atracar em outro porto. Há cinco anos instalada no trapiche da Lagoa da Conceição, a biblioteca transfere sua sede agora para o Lagoa Iate Clube (LIC). Nesta semana a tripulação livreira transporta o acervo.
Continua depois da publicidade
A biblioteca reabre ao público no dia 2 de fevereiro com o Sebinho, os brechós, os saraus de histórias, os espetáculos infantis, os recitais de música, as exposições, as oficinas e cursos, as conversas com escritores, fotógrafos, ilustradores, enfim, ilustres artistas de todas as áreas.
O entra e sai de leitores numa tarde ensolarada de janeiro dá a dimensão da importância da Barca para a comunidade da Lagoa da Conceição. Sair do lugar onde nasceu e se consolidou como Ponto de Cultura de Florianópolis não foi uma decisão estratégica da direção, mas uma imposição financeira.
A Barca dos Livros não tem renda. A instituição se mantém com recursos públicos e empresas privadas patrocinam as atividades culturais diárias. O aluguel do espaço, pago pela prefeitura de Florianópolis, saltou de R$ 5. 372,73 para R$ 7 mil. Sem margem para negociação, a diretoria optou por mudar de endereço.
Continua depois da publicidade
Além disso, o prédio precisava de reformas e a proprietária queria elevar o preço do imóvel sem arcar com as obras na infraestrutura do prédio.
A alternativa foi mudar a instituição para o LIC. A parceria é uma via de mão dupla já que o clube quer agregar atividades culturais à sua farta cartela de atrações. Além disso há um movimento para o tombamento do LIC já que a sede social tem a assinatura de Oscar Niemeyer. As constantes reformas alteraram o projeto original do arquiteto que, aos poucos, será recuperado.
A Barca alugou o espaço no LIC pelo valor de R$ 5 mil mensais, mas qualquer navegante, sócio ou não do clube, terá acesso à biblioteca. Importante ressaltar também que os leitores associados da Barca poderão transitar pela área de convivência do clube.
Continua depois da publicidade
O espaço do LIC atende uma necessidade fundamental da Barca: estar num espaço à beira-mar porque nos próximos meses a Sociedade Amantes da Leitura, mantenedora da instituição, vai comprar a baleeira e prosseguir com o projeto de levar livros para as comunidades da Costa da Lagoa, além da contação de histórias em passeios dominicais.
– A Biblioteca Barca dos Livros não é o seu prédio, ela é seus livros, seus leitores, suas atividades culturais, seus amigos, apoiadores e patrocinadores. Mudamos de lugar, não de objetivos e missão: a democratização do acesso ao livro e à leitura, a inclusão cultural, a construção de uma sociedade leitora – diz Tânia Piacentini, uma das idealizadoras do projeto que começou em 2006.