O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, prometeu nesta sexta-feira atender o pedido da oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff e comparecer ao Congresso na próxima terça-feira, dia 10m para dar explicações sobre a destinação de recursos de sua pasta. Ao lado e em clima de cordialidade mútua com o governador de Minas, o tucano Antonio Anastasia – que tem o PSB do ministro em sua base de apoio -, Bezerra justificou o repasse maior de verbas para Pernambuco, seu Estado natal, e disse que não tem nada a esconder.

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– Vou detalhar lá (no Congresso) porque foi aplicado mais em Pernambuco e menos em outro Estado. E vou detalhar porque nós recebemos 1,3 mil projetos. Desses, mais de 700 de macrodrenagem, proteção de morro e reforço de encosta. Não é com a gente, é com o Ministério das Cidades – disse.

Segundo Bezerra, dos “trezentos e poucos” que ficaram com sua pasta, cerca de 10% foram selecionados para receber recursos.

– Depois que você convenia, empenha – e nós empenhamos R$ 146 milhões -, para liberar o dinheiro você tem que ter certidão ambiental, título de dominialidade. Senão, não permite a liberação do dinheiro – acrescentou.

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O ministro afirmou que os projetos relativos a obras em Pernambuco, Estado governado por seu padrinho político e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, preenchiam todos os requisitos.

Bezerra garantiu que também vai esclarecer a tentativa de retirar do orçamento R$ 50 milhões das obras de transposição do Rio São Francisco para tentar alocá-los em uma obra na barragem Cerro Azul, na Zona da Mata pernambucana, barrada por parlamentares. Para Bezerra, a questão era uma “discussão, digamos assim, do ponto de vista orçamentário”.

Ele afirmou que o ministério tinha cerca de R$ 2,4 bilhões para as obras de transposição, mas os trabalhos “tiveram uma desaceleração no seu ritmo em função da renegociação dos diversos contratos”.

– Como nós não íamos utilizar aquela dotação orçamentária, pegamos aquela dotação para poder viabilizar o convênio com Pernambuco e permitir a licitação. A licitação foi feita, a obra está contratada e poderá ser iniciada – declarou.

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Sobre a denúncia de direcionar aproximadamente 90% dos recursos para prevenção de desastres naturais no ano passado para seu Estado natal, Bezerra salientou que os investimentos em prevenção não podem ser analisados isoladamente.

– Temos que juntar todas as rubricas de prevenção que não estão alocadas exclusivamente no Ministério da Integração – disse o ministro, exemplificando, ao lado de Anastasia, com repasses para outros projetos realizados no Estado do tucano.

Apesar de Minas ter o maior número de municípios do país e aparecer apenas em sétimo na lista de repasses previstos pelo Ministério da Integração Nacional, o chefe do Executivo mineiro concordou com Bezerra e evitou qualquer tipo de crítica à forma de distribuição dos recursos.

– Minas precisa e precisa demais (de verbas). Isso é evidente. (Mas) neste momento estamos trabalhando de maneira harmônica. Estamos enfrentando dificuldades. Temos que ser solidários às pessoas e devemos trabalhar positivamente, todas as forças públicas envolvidas nas três esferas – afirmou o tucano, que enfrenta problemas causados pela chuva no Estado.

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