Desde 2006 longe de Porto Alegre, Beth Carvalho volta ao Sul para apresentar dois novos trabalhos. A Madrinha do Samba ainda não está plenamente recuperada dos problemas de coluna que a afastaram dos palcos – fará o show sentada. Mas sua energia tem contagiado os fãs. Não faz muito, ela cantou para dezenas de milhares de pessoas na gravação do (ainda inédito) DVD Beth Carvalho ao Vivo no Parque de Madureira, no Rio.

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Este DVD, que tem sucessos de toda a carreira e algumas composições inéditas, é a base do show que Beth apresenta nesta quinta-feira, no Auditório Araújo Vianna, e sexta-feira, no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo. Também não faltarão músicas do disco Nosso Samba Tá na Rua, que ela lançou em 2011, após 15 anos sem um álbum de inéditas, e com o qual ganhou o Grammy Latino.

– É o seguinte: vou cantar umas cinco músicas do último CD e 13 do novo DVD, incluindo as inéditas. Isso e mais as clássicas, que o povo sempre pede (Coisinha do Pai, Vou Festejar, Água de Chuva no Mar) – ela explica, por telefone, antes de embarcar rumo a Porto Alegre. – Das novidades, vou adiantar duas para você: Parada Errada, um samba triste de Serginho Meriti sobre a relação de uma mãe com o filho viciado em crack, e Estranhou o Quê?, de Moacyr Luz, contra o racismo.

Não há papo com Beth Carvalho sem que se fale de renovação no samba. Noutros tempos, Beth foi fundamental para o descobrimento de nomes como Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e o grupo Fundo de Quintal. Mesmo doente, seguiu recebendo – “a todo instante”, relata – canções de jovens compositores em busca de espaço. No disco mais recente, destaque para o trabalho de Leandro Fregonesi e Rafael dos Santos, de quem gravou Chega e Samba Mestiço. E de sua filha Luana Carvalho, que assina Arrasta a Sandália em parceria com Dayse do Banjo.

– Não interessa parentesco, experiência. Só prezo pela qualidade. Tem muita coisa boa saindo por aí e assinada por gente que está precisando ser vista, notada – comenta a cantora, não por acaso apelidada de “madrinha” dos novos sambistas.

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Beth não vem à Capital desde sua participação no projeto Samba no Teatro, oito anos atrás. Mas acompanhou a homenagem que foi prestada a ela pela escola campeã do Carnaval de Porto Alegre de 2010, Imperatriz Dona Leopoldina.

– Não há nada mais honroso do que ser homenageada por uma escola de samba – afirma.

Ainda mais em um momento delicado. As dores nas costas a incomodam há anos, mas foi em 2010, quando teve uma fissura no sacro, osso da base da coluna vertebral, que os problemas se agravaram. Longos meses sem sair da cama ajudaram na recuperação, mas a cantora ainda precisa fazer fisioterapia e, diz, “se poupar”.

– Vou fazer o show sentada, mas Caetano também faz os dele desta forma, João Bosco idem – ela brinca. – Assim pelo menos dá para o pessoal enlouquecer na hora em que eu der uma levantadinha…

Os 50 anos de carreira, que Beth vai festejar em 2015, parecem distantes:

– Ainda não deu para fazer maiores planos. Mas o novo DVD, para mim, será um presentão: estar em Madureira, terra do samba, da Portela e da Império (Serrano), num momento apoteótico como aquele, e tendo tudo registrado para compartilhar com os fãs, para mim é o máximo.

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SERVIÇO

Em Porto Alegre: quinta-feira, às 21h, no Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, 685).

Em Novo Hamburgo: sexta, no mesmo horário, no Teatro Feevale (ERS-239, 2.755).

Duração: 90 minutos, aproximadamente. Classificação: 14 anos.

Ingressos (para o show de Porto Alegre): R$ 50 (plateia alta lateral), R$ 80 (plateia alta central), R$ 100 (plateia baixa lateral) e R$ 150 (plateia baixa central). Sócios do Clube do Assinante ZH têm desconto de 10% (para o titular e um acompanhante). Pontos de venda: no Teatro do Bourbon Country (das 14h às 22h), pelo fone 8401-0555 (das 9h às 19h) e no site ingressorapido.com.br. A partir das 14h desta quinta-feira, também no local da apresentação.