Após o processo de incorporação do Besc pelo Banco do Brasil, em 2009, sobrou para Santa Catarina a Bescor, uma empresa estatal de 13 funcionários. A pequena empresa, na teoria, cuida de um grande negócio: é a corretora oficial de todo o governo estadual.
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A existência da estatal faz de Santa Catarina o único Estado do país a ter uma corretora de seguros própria. A Bescor chegou a ser oferecida ao BB durante as negociações para incorporação do antigo banco estadual, mas não houve interesse por parte dos compradores e nem esforço maior do Estado para repassá-la.
Por lei, todas as corretagens de seguros do Estado deveriam ser feitas pela Bescor. A obrigatoriedade está expressa em um decreto de 2007, do então governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB). Mas os próprios diretores da Bescor admitem que isso não ocorre hoje.
– Ela foi negligenciada a partir de 2008, quando o BESC foi adquirido pelo Banco do Brasil e a Bescor perdeu o seu balcão de negócios – explicou José João Tavares, diretor de planejamento da Codesc, que controla a Bescor.
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Desde então a estrutura subsiste com as comissões que recebe pelos corretagens que já tinha feito anteriormente, em especial as de seguros de vida, o único número divulgado. São 18 mil seguros de vida de servidores que pagam à seguradora e a Bescor receber uma parte.
O número de seguros dos veículos da frota corretados _ que inclui as aeronaves do Estado _ e dos imóveis segurados, apesar de terem sido pedidos há mais de uma semana, não foram informados pela diretoria.
A Bescor é um dos principais alvos do Programa de Demissão Voluntária Incentivada (PDVI) que o governo estadual lançou no último mês. Dos 13 integrantes, 11 são servidores efetivos e estão em condições de aderir ao programa. Não há intenção de substituir os funcionários que optarem pelo desligamento incentivado.
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O tiro fatal na corretora estatal deve ser o Plano de Gestão das Empresas da Administração Indireta, que o governo deve anunciar no início de outubro. Entre as medidas cogitadas, a Bescor é citada como candidata à extinção ou incorporação por outra estrutura.
Para tentar garantir sua sobrevivência, a diretoria da Bescor relata casos em que a estatal foi importante para gerar economia ou reduzir prejuízos ao Estado. Um exemplo foi um incêndio ocorrido na Cidasc com prejuízos no valor de R$ 535 mil que seria indenizado em apenas R$ 187 mil. Mas a intervenção do Bescor elevou o valor para R$ 454 mil. O outro teria ocorrido na Celesc, em que uma indenização de R$ 790 mil passou a R$ 1,1 milhão devido à assessoria especializada.