Ela deve ser a fã número um do Festival de Dança de Joinville, isso se for levado em conta que ela assiste a todas as noites há 28 anos. Dona Bernadete Gross, 56 anos, veio no primeiro, no segundo, no terceiro; veio em todos os anos e o mais impressionante é que ela assistiu a todas as apresentações.
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Apaixonada por dança, a funcionária pública federal não tem nenhuma ligação com a área, mas não deixa de prestigiar o evento. Minha filha chegou a dançar, se apresentou no Festival e ganhou, mas não dança mais, conta.
Como mora em São Francisco do Sul, para conferir as atrações do evento, em julho ela pega férias do trabalho e, praticamente, se muda para Joinville.
– Dou um jeito de tirar as férias sempre em julho para poder ficar livre e tranquila nessa data -, diz.
As casas da irmã e da sogra são os lugares escolhidos para Bernadete passar alguns dias.
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– Fico um tempo por aqui, volto para casa, revezo um pouco para não ficar longe de casa muitos dias.
Ela não tem um companheiro fiel de Festival, mas o marido e a filha chegam a acompanhá-la.
– Esse ano meu marido virá em quatro noites. É bastante coisa -, garante ela, que não se importa de assistir aos espetáculos sozinha.
– Venho de qualquer jeito, com ou sem companhia.
A pergunta que fica no ar é: o que move tanta paixão?
– Não sei explicar, mas é uma coisa que me faz bem. Adoro música, adoro dança e sinto muito orgulho do Festival. Sou apaixonada por esse evento e fico feliz quando vejo que um bailarino revelado aqui está no exterior.
E ela não se contenta em vir nas 11 noites, passear pela Feira da Sapatilha, assistir a algumas apresentações dos palcos abertos e acompanhar a carreira de bailarinos. Dona Bernadete também tem as músicas dos espetáculos.
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– Tenho muita coisa gravada em CD e escuto sempre. Quando tem uma música que eu gosto, pergunto de quem é e vou atrás para conseguir -, revela.
Quando indagada sobre o que mais gostou nesses 28 anos de Festival, Bernadete é enfática:
– Tudo. Nunca saio daqui não gostando. Adoro tudo. Claro que alguns dias são melhores que outros, mas no fim é tudo lindo -, completa ela destacando que gostou muito do balé de Cuba e adora os bailarinos russos e tudo que é feito pelo Bolshoi.
A preparação para o Festival não é privilégio de bailarinos. Quando começa a chegar perto da data, Bernadete fica ansiosa e sente frio na barriga.
– Vou ficando emocionada e ansiosa, com friozinho na barriga mesmo, tudo pela chegada do Festival. Sei que não tenho nada a ver com o evento, mas sinto como se fizesse parte disso tudo. Eu até queria uma cadeira cativa -, brinca.
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