O ministro alemão de Economia, Michael Glos, rejeitou nesta terça-feira a proposta do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de que os governos europeus ajudem suas grandes empresas com dinheiro público, por considerá-lo contrário aos princípios da economia alemã.
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– A proposta francesa de proteger a indústria européia com fundos estatais para evitar sua absorção por investidores estrangeiros é contrária aos fundamentos de nossa política econômica – afirmou Glos, da União Social-Cristã da Baviera (CSU), em declarações que publica amanhã o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Correligionário da chanceler Angela Merkel, o porta-voz de Relações Exteriores da União Democrata-Cristã (CDU), Eckart Von Klaeden, classificou de “desproporcionais” as medidas apontadas por Sarkozy.”
– O bem-estar econômico da Alemanha e de muitos outros países europeus depende da disposição das empresas estrangeiras a investir em nosso país – acrescentou Von Klaeden.
O conservador Ruprecht Polenz, presidente da Comissão Parlamentar de Exteriores, acusou o presidente francês de pretender aproveitar a crise para aplicar velhos conceitos. As críticas dos governamentais ganharam o coro do opositor Partido Liberal (FDP), cujo porta-voz financeiro, Hermann Otto Solms, qualificou de “insensata” a proposta de Sarkozy.
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O presidente francês lançou nesta terça-feira a proposta de ajudar as grandes empresas para evitar uma desvantagem frente às estrangeiras e que caiam em mãos de investidores estrangeiros. Perante o Parlamento Europeu, Sarkozy afirmou que a crise financeira conduz a uma crise econômica à qual os 27 devem responder unidos. Entre as idéias colocadas aos eurodeputados, Sarkozy destacou a criação de fundos soberanos em cada Estado membro para entrar no capital das grandes empresas e evitar que sejam compradas por companhias de outros países.
– Não quero que os cidadãos europeus acordem dentro de uns meses e vejam às companhias européias em mãos estrangeiras, adquiridas a preço de saldo – advertiu.
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