Perto da hora do jogo do Brasil, as ruas de Criciúma, no Sul do Estado, ficaram praticamente desertas. Mas lugares como a praça de alimentação do Shopping Criciúma, que conta com uma estrutura com telão gigantesco, estavam lotados. Um público verde e amarelo de todas as idades explodia de animação, pronto para vibrar pelos lances entre Brasil e Alemanha, pela semifinal da Copa do Mundo.
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O entusiasmo não poderia ser menor, em plena Copa do Mundo, em uma cidade que respira futebol e se orgulha de ter o técnico Felipão como um de seus principais herois, pela conquista do título do Criciúma na Copa do Brasil de 1991. Além disso, Criciúma é o berço do lateral-direito da Seleção, Maicon Sisenando, que ganhou a titularidade com seu bom desempenho nas quartas de final, na vitória de 2 a 1 sobre a Colômbia.
Foto: Caio Marcelo/Agência RBS
Quando o jogo finalmente começou, todas as mesas estavam ocupadas e havia pessoas de pé para assistir. As cornetas e buzinas soavam incansáveis. Era como uma réplica da empolgação vivida nas arquibancadas do Estádio Heriberto Hülse, lar do Criciúma Esporte Clube.
Mas o contraste entre o primeiro momento, de alegria, e o seguinte foi assustador, quando a Alemanha balançou a rede pela primeira vez. O ambiente, até então barulhento, ficou em completo silêncio. As expressões de entusiasmo se transformaram em preocupação. As mãos deixaram o ar para, instintivamente, cobrir os rostos.
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Os lances do jogo guiavam o público, que gritava aterrorizado em vez de vibrar. Os olhares preocupados eram constantes. O cenário já não era nada animador quando, aos 22 minutos, a Alemanha ampliou.
A cena se repetiu, como uma série de replays causadores de pânico. Com menos de 30 minutos de jogo, o placar era de 5 a 0 para a Alemanha. As pessoas continuavam imóveis assistindo. Algumas com expressões chocadas, outras com lágrimas descendo pelo rosto. O silêncio dominava.
Foto: Caio Marcelo/Agência RBS
A jovem torcedora Jhenifer Motta, de 14 anos, foi uma das que mais sofreu com o jogo. Ela não tirou os olhos do telão e gritava com cada gol alemão. Em um momento, chegou a ficar de joelhos.
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Mas, apesar do triste placar, a esperança não deixou seu coração. Ao intervalo, apesar de muitas pessoas irem embora inconsoláveis, Jhenifer projetou:
– Agora o Brasil faz 10 gols – disse.
Infelizmente, a jovem não poderia estar mais errada. A Alemanha saiu com a vitória, por 7 a 1.