Uma multidão se reuniu na noite desta sexta-feira (2), no Centro de Florianópolis, para prestigiar o Berbigão do Boca. O bloco, um dos mais tradicionais da cidade, saiu por volta das 19h da Rua Deodoro em direção à Praça XV de Novembro, após mais de seis horas de concentração no Largo da Alfândega. Anualmente, o grupo abre os festejos de Carnaval na Capital.
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Junto ao público, estava a bateria e os 42 bonecos gigantes que se tornaram marca do Carnaval florianopolitano. Em uníssono, o povo entoava a marchinha clássica: É festa pra rachar / É uma coisa louca / Vamos botar pra quebrar / No berbigão do boca.
— A festa está um delírio — comemora Paulinho Abraham, o Boca, um dos fundadores do bloco em 1993. — A cidade adotou o Berbigão do Boca e hoje nós vamos até amanhecer!
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O público era diverso. Crianças fantasiadas se misturavam a adultos e idosos com a tradicional camiseta do Berbigão, nas cores rosa, roxo e azul. Grande parte vai anualmente prestigiar o Berbigão.
— Eu venho desde a barriga (da mãe), todo ano — diz o adolescente Mario de Souza, de 13 anos, que visitou o Berbigão junto à família. — Aqui é um dos meus lugares preferidos de Floripa. O público é muito diversificado, são muitas cores.
Outras pessoas estavam na folia pela primeira vez.
— Vimos na TV que hoje era o início do Carnaval e decidimos vir. Estamos adorando — diz a gaúcha Elenir Roth, de 56 anos, que está vindo morar em Florianópolis com a família.
Homenagem a Mestre Rato
Tradicionalmente, o bloco homenageia, através dos bonecos, figuras importantes para a cultura da cidade que morreram nos meses anteriores à folia. Este ano, o homenageado é Nilton Elizeu da Silva, mais conhecido como Mestre Rato, que comandou baterias de várias escolas de samba da Capital, e também do Berbigão do Boca.
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— O Mestre Rato foi o primeiro mestre de bateria do Berbigão. Só existiu ele. Morreu no ano passado e neste ano foi escolhido para ser eternizado no Berbigão do Boca. A ideia é levar os mortos pra brincar carnaval. E que essas figuras importantes sejam sempre lembradas, em todos os carnavais, por causa do boneco — diz Denilson Antonio, um dos diretores da montagem dos bonecos.
Para quem segue na bateria do Berbigão, ficam recordações do mestre:
— Ele deixa essa alegria aqui do Bloco — fala Eduardo Seara, integrante da bateria, olhando ao redor — Essa tradição de a gente chegar aqui e todo mundo poder tocar, brincar, se divertir.
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