Bens ligados à Nossa Senhora da Glória, líder do antigo Consórcio Siga em Blumenau, foram leiloados por mais de R$ 6,4 milhões. O valor será usado para pagar parte da dívida trabalhista da empresa, estimada em R$ 40 milhões. Os arremates de 14 dos 25 itens disponíveis ocorreram na semana passada.
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A lista inclui seis terrenos, seis salas, quatro lojas e nove vagas de garagem de um prédio comercial. Juntos, eles estavam avaliados em R$ 12,28 milhões, mas quase metade não foi adquirida por falta de interessados ou por suspensão, que é quando uma medida judicial impede que o leilão ocorra.
Nos nove casos que não apareceram compradores, a Justiça autorizou que a leiloeira nomeada faça, em até dois meses, a venda direta dos bens, desde que por um valor 50% superior ao de avaliação.
Conforme o juiz Roberto Masami Nakajo, gestor de execuções do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC), não há um prazo para que o dinheiro seja destinado aos trabalhadores, já que isso depende do andamento do processo, que pode receber novos recursos.
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Segundo o advogado Léo Bittencourt, do Sindetranscol, sindicato dos motoristas e cobradores do transporte coletivo de Blumenau e que é responsável pela ação de execução fiscal contra a empresa, que resultou no leilão, o valor é pequeno perto do que ainda é necessário.
— Com segurança dá para afirmar que a dívida já passa dos R$ 40 milhões. Dos mais de mil processos, têm alguns que ainda nem sabemos o valor, é uma projeção — afirma.
À espera de uma conclusão
O leilão é mais um capítulo da novela que se arrasta há mais de cinco anos, depois da prefeitura de Blumenau romper o contrato do transporte coletivo da cidade com o antigo Consórcio Siga. Formado pelas empresas Nossa Senhora da Glória, Rodovel e Verde Vale, o Siga quebrou deixando uma dívida trabalhista milionária, avaliada na época em R$ 30 milhões e até hoje não paga.
Os débitos incluem a falta do depósito do fundo de garantia e o não pagamento das rescisões contratuais.
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