O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, admitiu que a alteração da cena de morte do jovem Eduardo Felipe dos Santos Victor e sua provável execução por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Providência, no centro do Rio, “abala a credibilidade” do processo de pacificação. Beltrame disse que considerou a ação dos PMs, flagrada em vídeo por uma testemunha, “um ato totalmente desastroso” e “bárbaro” e que os cinco agentes serão expulsos da corporação.
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– A maneira que eu tenho de me desculpar com a população do Rio de Janeiro é colocando essas pessoas na rua. Não há outro tipo de alternativa ou de atitude a ser tomada. Vamos colocá-los na rua de maneira rápida, através de um processo administrativo. Essas pessoas não são dignas de participar de um projeto que está salvando vidas – disse.
Beltrame disse que na quarta-feira foi ao Quartel Central da PM e pediu agilidade na investigação administrativa do episódio. Os cinco PMs, presos desde terça-feira, no Batalhão Prisional, em Benfica (zona norte), respondem também a inquéritos civis, que investigam a fraude processual e a morte do adolescente.
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Mesmo com a gravidade do caso, Beltrame disse que o projeto das UPPs “segue adiante”. Quando viu o vídeo pela primeira vez, pensou se tratar de uma “cena absurda”.
– É uma cena absurda, uma cena intolerável. Inadmissível isso conviver com um processo de pacificação – declarou.
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Ironicamente, dois dias depois do caso, Beltrame participou, na manhã desta quinta-feira, de uma cerimônia de premiação de policiais de UPPs, oferecida pelo Instituto Mudando o Final. Na cerimônia, menções a casos como a morte de Eduardo Victor não apareceram. Em vez delas, muitos elogios eram tecidos aos policiais. Os dois únicos comandantes de UPPs premiados foram o capitão Alexandre Lima Ramos, da UPP Alemão, e o capitão Jean Carlos Sanches, da Vila Cruzeiro. As duas comunidades, na zona norte, sofrem com constantes tiroteios entre PMs e traficantes.
*Estadão Conteúdo