Se fosse um plebiscito, a reportagem não teria encontrado alguém sem preocupação com o futuro ou tranquilo com o momento que vive Belo Horizonte.
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Foram abordados aleatoriamente 40 moradores da cidade, no Centro, no entorno do Mineirão, na Praça da Estação (uma das principais da cidade) e em duas grandes avenidas, Antônio Carlos (de acesso ao estádio) e Cristiano Machado, de acesso ao aeroporto.
O resultado é alarmante: 100% dos entrevistados demonstraram algum tipo de preocupação com a possível presença da Seleção na capital mineira, no jogo semifinal, caso seja a primeira do grupo.
As dezenas de milhares de manifestantes que tomam as ruas de Belo Horizonte não abrem mão de entrar no perímetro de até 3 quilômetros reservado pela Fifa como de “segurança máxima”.
O clima é de potencial conflito, já que a PM, apesar de disposta a não intervir em “todas as áreas da cidade”, garante que não vai permitir a entrada na área delimitada pela Fifa.
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– Vamos sempre acompanhar sem intervir, esta postura só muda quando somos atacados, ou quando área pública é invadida ou alguma área delimitada para segurança da Copa, aí somos obrigados a agir, muitas vezes até contra nossa vontade – declarou o tenente Luiz Alberto Alves.
Um dos manifestantes conversou com a reportagem. Com arranhões no corpo e uma mancha rocha, segundo ele após ser atingido por um cacetete, preferiu o anonimato. O estudante universitário, de 22 anos, se disse pronto para enfrentar a polícia e garantiu que vai tentar entrar novamente para protestar no Mineirão e também próximo ao hotel da Seleção, caso esta venha a Belo Horizonte.
– Não tenho medo de morrer, levo gás, tomo bala, atiro pedra, mas vou colocar os pés onde eu quiser na minha cidade – avisa.
A dona de casa Eleonora Alcides Mello mora perto da Avenida Antônio Carlos. Ela quer a interrupção da Copa das Confederações:
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– Se não podem controlar a situação, assumam e interrompam este evento. Minha integridade física e o meu patrimônio estão em risco, quer algo mais dramático?
Em todas as abordagens nenhum entrevistado se disse confiante de que as coisas se acalmem. Foram entrevistados estudantes, comerciantes, policiais, profissionais liberais e professores num total de 32 profissões diferentes.
Dos 40 entrevistados, 34 eram contrários a Copa no Brasil e seis a favor, sendo dois deles de forma irrestrita e outros quatro desde que houvesse investimento também em outras áreas como educação, saúde e segurança.