Uma delegação governamental iemenita deve chegar nesta quarta-feira (5) à Suécia para participar das cruciais negociações de paz, com a mediação da ONU.
Continua depois da publicidade
O objetivo é acabar com o conflito entre o governo, apoiado pela Arábia Saudita, e os rebeldes, respaldados pelo Irã.
A delegação rebelde já desembarcou na Suécia, mas a ONU ainda não anunciou oficialmente o dia de início das negociações, as primeiras desde 2016.
A guerra no Iêmen começou em 2014, e parte importante da população está à beira da fome extrema.
Continua depois da publicidade
A delegação governamental esperou que os representantes rebeldes desembarcassem na terça à noite em Estocolmo para decolar nesta quarta-feira de Riad.
Fontes ligadas ao governo recordaram que, em setembro, uma delegação viajou para Genebra para um encontro com o mesmo objetivo, mas os rebeldes huthis não compareceram.
A delegação governamental iemenita, de 12 membros, é liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Khaled al-Yemani.
Continua depois da publicidade
“É portadora das esperanças do povo iemenita”, afirmou Abdallah Alimi, chefe de gabinete do presidente Abd Rabo Mansur Hadi, que se refugiou na Arábia Saudita depois que os rebeldes huthis conquistaram a capital iemenita, Sanaa, em 2014.
A delegação do governo mobilizará todos os esforços “para que as consultas (na Suécia), que consideramos uma ocasião real para restabelecer a paz, sejam um sucesso”, completou Alimi em um tuíte.
Os representantes rebeldes chegaram na terça-feira à noite a bordo de um avião especial kuwaitiano, no qual também viajou o enviado da ONU para o Iêmen, o britânico Martin Griffiths.
Continua depois da publicidade
“Não temos qualquer ilusão e sabemos que este processo não será fácil, mas saudamos este primeiro passo vital e necessário”, afirmou o Departamento de Estado americano, ao mesmo tempo em que pediu aos beligerantes que participem “plena e sinceramente” e que “cessem todas as hostilidades em curso”.
Os rebeldes huthis xiitas “não pouparão esforços para fazer que as negociações se saiam bem para restabelecer a paz”, declarou Mohamed Abdelsalam, que comanda a delegação rebelde, integrada por 12 membros.
Uma das medidas que pode favorecer esses encontros é a assinatura de um acordo entre os rebeldes e o governo do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, atualmente no exílio, para a troca de centenas de prisioneiros.
Continua depois da publicidade
Hadi Haig, responsável da questão dos detidos para o governo iemenita, declarou na terça-feira à AFP que o acordo assinado afetará entre 1.500 e 2.000 membros das forças pró-governo e entre 1.000 e 1.500 rebeldes huthis.
A troca de prisioneiros deve acontecer após as negociações na Suécia.
A Cruz Vermelha Internacional anunciou que participará da aplicação do acordo, mediado por Griffiths, que intensificou os esforços para convencer os beligerantes a participarem das reuniões na Suécia.
Um dos principais objetivos das negociações de paz em Estocolmo é encontrar uma solução política para acabar com o banho de sangue e evitar o agravamento da crise humanitária no país.
Continua depois da publicidade
Em 2014, os rebeldes huthis conquistaram amplas faixas do território do país, incluindo a capital Sanaa e a estratégica cidade portuária de Hodeida.
Em março de 2015, a Arábia Saudita passou a liderar uma coalizão militar de apoio ao governo do Iêmen e para conter o avanço dos huthis. Desde então, o conflito deixou quase 10.000 mortos e mais de 56.000 feridos, de acordo com a ONU.
* AFP