A série Bebê Rena ficou mundialmente famosa ao retratar uma mulher perseguidora, que fantasiou um relacionamento com um aspirante à artista e comediante. A história é baseada na vida do próprio autor, Richard Gadd, e, assim como ele, uma atriz global também sofre há mais de uma década perseguições muito semelhantes. Veja o que se sabe sobre a Bebê Rena do Brasil.
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Conforme informações do g1, Débora Falabella conheceu sua stalker (em portugês, perseguidora) em 2013, no Rio de Janeiro, quando a mulher que se dizia fã entrou em um elevador com a atriz. As duas chegaram a tirar uma foto, mas depois, o encontro tomou rumos inesperados.
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Após conhecer a artista, a mulher de 40 anos passou a enviar diversos presentes aos camarins de Débora, incluindo objetos e cartas com conteúdos íntimos.
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Nos anos seguintes, a stalker passou a comparecer em suas apresentações no teatro. Em 2015, chegou a tentar entrar no camarim de Débora, mas foi interceptada por seguranças que a retiraram à força do local. A atriz chegou a registrar um boletim por ameaça, mas não seguiu com o processo, aponta o g1.
Mensagens que fantasiavam um relacionamento
Em 2022, a mulher criou um grupo em aplicativo, onde incluiu Débora e a irmã da artista e passou a enviar recados pedindo que as duas se encontrassem. Nas mensagens, chegou a dizer que ambas tinham um relacionamento amoroso e que conversavam telepaticamente.
Ainda naquele ano, a perseguidora apareceu em frente ao apartamento da atriz com malas de viagem, pediu para entrar e não foi recebida. A partir disso, a artista representou criminalmente contra a mulher pelo crime de perseguição.
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Em menos de seis meses, a mulher ainda tentou encontrar a atriz em uma pousada na Bahia e, ao retornar a São Paulo, a stalker havia lhe enviado um livro de Romeu e Julieta como presente, famoso por mostrar o amor e a morte entre os amantes. Junto, a mensagem: “para o meu Romeu, com muito amor.”
Laudo psiquiátrico
Após o episódio, conforme o g1, a Justiça de São Paulo concedeu à atriz uma medida protetiva contra a mulher. Em meados de 2023, o Ministério Público denunciou a suspeita e o juiz pediu exames para averiguar se ela tinha ou não plena consciência dos fatos.
Em setembro do mesmo ano, a stalker descumpriu a medida protetiva ao entrar em contato com Débora pelo WhatsApp e Instagram para pedir desculpas pelo comportamento. “Me perdoa, Débora. Não deixa eu ficar com a medida protetiva de distanciamento, eu gosto muito de você e do seu trabalho, minha vida não tem mais sentido quando penso que nunca mais vou poder assistir a uma peça sua.”
A defesa da atriz pediu a prisão preventiva da mulher, que foi acatada pela Justiça. Na época, foi recebida a informação de que ela estaria em uma clínica psiquiátrica. De acordo com o g1, o advogado da suspeita argumentou que a interrupção do tratamento acarretaria em um novo surto, porém, a justificativa não convenceu e a defesa da atriz manteve o pedido de prisão.
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A stalker foi presa preventivamente em Recife em fevereiro deste ano. Um mês depois, a mulher passou por exames que a diagnosticaram com esquizofrenia.
O laudo a considerou inimputável, ou seja, incapaz de reconhecer a ilegalidade dos seus atos, então sua prisão foi revogada neste ano. Ainda assim, a mulher deve cumprir algumas medidas, como manter afastamento da atriz. Caso não cumpra, ela pode ser internada provisoriamente.
Similaridade com a série
A série da Netflix mostra uma mulher chamada Martha (Jéssica Gunning) que persegue o atendente de bar e aspirante a comediante Donny (Richard Gadd). Eles se conhecem no bar onde o homem trabalha e a partir disso a stalker passa a encontrá-lo todos os dias, a fantasiar um relacionamento, a persegui-lo e ameaçá-lo. O autor da obra e intérprete do personagem principal, Gadd afirma que a história é baseada em fatos reais de sua própria vida.
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