Com apenas 16 dias de vida, o pequeno Pedro Tres Barbieri, de Palma Sola, no Oeste de SC, já é considerado vitorioso pela mãe, Rafaela Tres, e pelos demais familiares. Isso porque ele não só nasceu com anticorpos do coronavírus, como também se manteve forte enquanto que ela passava por complicações da Covid-19: “Ele foi um guerreiro e nós vencemos juntos”.
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Rafaela contraiu a doença no sétimo mês de gestação, cinco dias depois de receber a primeira dose da vacina. Com fortes sintomas, e depois de 10 dias do contato com o vírus, ela precisou ser hospitalizada para tratar uma pneumonia.
– Foram 8 dias de muito medo, choro e insegurança. Por mim, mas principalmente pela vida do meu bebê – lembra.
Recuperada da pneumonia, a gestante voltou para casa, onde permaneceu por mais alguns dias, até ter que retornar ao hospital para uma segunda internação, de mais 9 dias. O motivo, conta Rafaela, foi o trabalho de parto prematuro, outra complicação da doença:
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– Esse trabalho de parto prematuro também foi em decorrência da Covid. Consegui levar a gravidez até 36 semanas, quando ele nasceu. Ele lutou comigo. Foi realmente um guerreiro.
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Entre uma internação e a outra, e seguindo orientações de um pneumologista que a acompanhou, a mãe de Pedro recebeu a segunda dose do imunizante depois de 30 dias dos primeiros sintomas. Era dia 26 de junho. Três dias depois, o bebê nasceu.
– Durante o pré-Natal, o médico obstetra já falava em possibilidade do bebê nascer com anticorpos da Covid. Após o nascimento o doutor Marcelo Righi solicitou o exame, que detectou que ele tem imunidade para o coronavírus. Após tantas dificuldades, temos a vitória. É uma sentimento de gratidão, alívio e esperança de dias melhores – comemora Rafaela.
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A Secretária de Saúde de Palma Sola, Débora Cristina Prevedello, disse que Pedro é o primeiro recém-nascido com anticorpos do coronavírus comprovadamente no município e frisou a importância da vacinação para as gestantes.
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– A mãe tomou as duas doses do imunizante durante a gestação e depois que a criança nasceu foi comprovado, através de exame, a presença de anticorpos. Então, isso traz mais segurança para as mães que estão no período gestacional, para estarem recebendo a vacinação de Covid 19. São esses casos que vêm pra comprovar o que a ciência já dizia, mas na prática – enfatiza.
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Anticorpos da vacina são passados de mãe para filho
Imunologista Daniel Mansur explica que, não apenas a vacina contra o coronavírus, mas os demais imunizantes ministrados na gestação, também criam anticorpos que são passados de mãe para filho:
– Isso é bem normal. É um mecanismo dos mamíferos, de modo geral, porque nós nascemos com o sistema imune pouco maduro. Então, para ajudar neste espaço de tempo, enquanto a gente nasce até desenvolver a imunidade, os anticorpos que estão circulando na mãe, eles conseguem ultrapassar a placenta [e chegar ao feto].
No entanto, segundo o especialista, o IgG, que é um anticorpo um pouco mais tardio e neutralizante, ele somente é desenvolvido depois da segunda dose da vacina ou através de uma doença infecciosa que tenha sido superada pela mãe de modo que ela desenvolva o anticorpo e que ele seja circulante, ou seja, que se mova no sistema da gestante até ultrapassar a placenta.
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