Quando o pequeno Samuel tiver idade o suficiente para entender as circunstâncias do seu nascimento, a única certeza é de que ele terá umas das melhores histórias para contar nas vésperas do natal. Isso porque, não bastasse ter nascido de sete meses, alarmando todos os familiares – o bebê era esperado apenas para fevereiro -, Samuel também veio ao mundo cerca de 200 metros acima do chão, a bordo do helicóptero Águia, da Polícia Militar de Joinville, durante um parto cheio de emoção na manhã desta quarta-feira.

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Tudo começou quando a mãe do bebê deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra Velha com fortes dores abdominais. Como a gestação ainda era prematura, o médico responsávela pela paciente, doutor Daniel Fernandes, resolveu fazer uma série de exames para conferir a saúde da mãe e do bebê.

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– Ali notei um sangramento anormal e percebi que ela já estava entrando em trabalho de parto. Não havia como fazer o parto na UPA, tampouco chegar em Joinville a tempo de ambulância, foi quando decidi contatar a equipe do Águia para pedir auxílio – contou o médico.

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Como o helicoptero não podia pousar na UPA por falta de espaço, Polícia Militar, médicos e os pais do bebê fizeram uma ação coordenada para, de ambulância, levar a mãe até o estacionamento da Havan, às margens da BR-101 em Barra Velha, e então embarcá-la na aeronave.

Enquando isso, o pai de Samuel, Cedenir Padilha Balestro, acompanha por terra o deslocamento do Águia. Como só havia espaço para quatro pessoas na aeronave, e a decisão foi de que seria mais seguro se o médico acompanhasse a gestante. O que ninguém sabia é que a decisão de embarcar o médico ao invés do pai da criança faria toda a diferença.

Minutos após a decolagem, Samuel forçou seu caminho para o mundo e o médico teve de começar o parto ali mesmo. Foi assim que, às 9h30 da manhã, o recém nascido se fez ouvir mais alto do que as hélices do Águia.

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– Quando um bebê nasce prematuro, é preciso uma série de equipamentos para ajudar a fazer ele respirar, já que os pulmões ainda não estão completamente prontos. Não tínhamos nada disso lá em cima, então tive que fazer ele respirar manualmente. Acho que o momento mais difícil foi quando ele teve uma parada cardíaca. Tive de reanimá-lo duas vezes enquanto voávamos – conta Daniel.

– Eu estava fazendo o possível para acompanhar o helicóptero pela BR-101, mas não fazia ideia de que enquanto eu dirigia até Joinville, meu filho estava nascendo lá em cima – contou, emocionado, o pai da criança.

Chegando em Joinville, a mãe e a criança foram encaminhadas para a Meternidade Darcy Vargas. Por ter nascido prematuro, Samuel foi encaminhado para a UTI, mas passa bem. A mãe, surpresa e emocionada com o nascimento do filho, agora espera que o bebê fique completamente saudável para levá-lo para casa.

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